Crônicas de domingo

Além dos microfones

Esses veículos de comunicação dominaram e ainda têm enorme influência nas relações sociais, comerciais e políticas da sociedade atual.

Robério Braga
09/02/2025 às 18:11.
Atualizado em 09/02/2025 às 18:11

(Foto: Reprodução/Facebook)

Quando foram estabelecidas as emissoras de rádio no País, era comum dizer-se que os jornais impressos haveriam de padecer e perder o protagonismo, precisamente pela rapidez com que essas novas mídias fariam chegar as últimas notícias ao conhecimento do grande público.

Depois, a elas foram incorporadas a radionovela, a transmissão dos jogos de futebol, os programas de auditório e os de animação e sorteios, os de recados para o interior, os de música e, mais adiante, os de orações e pregações religiosas.

Esses veículos de comunicação dominaram e ainda têm enorme influência nas relações sociais, comerciais e políticas da sociedade atual.

Nesse campo, Brasil a fora, surgiram os grandes comunicadores, nomes que se tornaram ícones da radiofonia, verdadeiramente emblemáticos, e que, também por isso, se projetaram em outros campos de atuação, especialmente na política. Alguns destes, entretanto, possuíam e possuem formação ainda mais apurada e qualificada em outras áreas de estudo e de trabalho, das quais nunca se afastaram, conciliando com a atividade de comunicação social. Não raro, atendem a uma paixão, herança ou tradição.

Na história da radiofonia amazonense, resultado de paixão, tradição e herança, há um destacado profissional da comunicação, administrador de empresa, festejado homem público que já exerceu inúmeras e relevantes funções de governo e eletivas, nas quais sempre atuou com entusiasmo, idealismo e competência, além de elevado espírito público.

De timbre de voz inconfundível, linguagem própria e ritmo contagiante no falar radiofônico, fez com que a cidade inteira se acostumasse a despertar com sua alegria–na música e navoz-, e usou frases que se tornaram célebres como “bom dia dona Maria”,“olha a hora dona Aurora”, “em cima do prato e debaixo da agulha”, “Difusora, o amor do Amazonas as quais eram capazes de conduzir a manhã de todos os dias em especial as de domingo, mandando recados para os amigos das feiras e mercados, anunciando a posição das águas do rio Negro ou informando as previsões do tempo e as suas conclusões a respeito do resultado das eleições, sempre que elas se processavam em Manaus, sem temer as borrascas dos poderosos.

Desportista, administrador, político, homem altivo, divertido, brincalhão, dinâmico, esse gênio da comunicação tem nome, raça e “pedigree”, compõe uma bela página na história política, social e econômica do Amazonas e é capaz de reunir amigos durante dezena de anos em derredor de uma boa conversa e muitas rodadas de dominó e, ao mesmo tempo, ser presidente do Poder Legislativo de Manaus e do Estado, assumir a tribuna parlamentar com veemência e sagacidade, ser secretário de Estado da Educação, Ouvidor Geral do Estado, conselheiro e presidente do Tribunal de Contas do Estado, sempre sem pose sofisticada, sem a majestade que muitos costumam demonstrar, mas atuando com critério ético, honra e dignidade. Portanto, muito além dos microfones.

Ademais, e como prova do enorme apreço que os amazonenses têm por ele, em todas as eleições que disputou foi campeão de votos, portanto, detentor do legítimo aplauso popular que pode ser conferido ao político, e campeão de audiência no seu programa de rádio, privilégio de poucos e tradução do reconhecimento dos ouvintes.

Por tudo isso, Josué Claudio de Souza Filho está no coração do povo amazonense.

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