A falta de manutenção adequada ocasiona tragédias como a que ocorreu em Salvador, vitimando uma turista italiana.
(Foto: Arquivo A CRÍTICA)
O desmoronamento do teto da igreja de São Francisco de Assis, em Salvador – um imóvel tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) -, liga o sinal de alerta sobre a necessidade de manutenção especial sobre tais edificações. O tombamento é uma forma de proteger imóveis de valor histórico ou artístico, e por isso, é necessário solicitar autorização para realizar qualquer tipo de alteração. No entanto, a falta de manutenção adequada ocasiona tragédias como a que ocorreu em Salvador, vitimando uma turista italiana.
Em nota, o Iphan ressaltou que o imóvel é de propriedade da Ordem Primeira de São Francisco, responsável direta, portanto, pela gestão e manutenção da edificação. No entanto, não há como isentar a responsabilidade do poder público, a quem cabe fiscalizar e zelar pela preservação do patrimônio histórico.
Erguida entre os séculos XVII e XVIII, a igreja de São Francisco de Assis é considerada uma das mais singulares expressões do barroco brasileiro, destacando-se com sua decoração interior detalhadíssima. O prédio é classificado como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, e o fato de estar, literalmente, caindo aos pedaços, comprometendo seriamente a segurança dos visitantes, é realmente preocupante. E tal preocupação se estende a todos os imóveis de valor histórico que se encontram em estado deplorável de conservação.
Segundo o Iphan, só no Centro de Manaus há mais de 1.600 imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal. Entre eles, podemos citar Teatro Amazonas, Mercado Municipal Adolpho Lisboa, Porto de Manaus, Centro Histórico de Manaus e Reservatório de Mocó. Além desses, há inúmeros casarões tombados no Centro, que estão “tombando” literalmente a cada dia. Houve algumas iniciativas no passado com intuito de revitalizar esses espaços, com resultados positivos, porém ainda limitados.
O presidente Lula reconhece a necessidade de planejamento para a adequada preservação do nosso patrimônio histórico e cultural, mas é algo que precisa ser desenvolvido em conjunto com estados e municípios, além de apoio aos proprietários. O cuidado com os imóveis tombados é responsabilidade de todos, tanto dos proprietários quanto do poder público.