EDITORIAL

Os famintos do Amazonas pedem ação ágil

A estimativa é que 4.85 milhões de nortistas vivam em situação de fome

acritica.com
online@acritica.com
05/07/2022 às 07:25.
Atualizado em 05/07/2022 às 07:25

A estimativa é que 4.85 milhões de nortistas vivam em situação de fome (Foto: Agência Brasil)

A fome atinge 2,7 milhões de amazonenses de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) base nos indicadores levantados no ano passado. Estudo divulgado em junho, pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aponta a Região Norte do Brasil com o índice mais alto em nível nacional quanto ao acesso a alimentos – 71,6% - em segundo lugar está o Nordeste, com 68%.

A estimativa é que 4.85 milhões de nortistas vivam em situação de fome. Pesquisas acadêmicas mostram que a crise hídrica e a pandemia impactaram fortemente para aumentar a fome no País. O primeiro estudo da Penssan, no ano de 2019, apontou a existência de 19 milhões de pessoas sem acesso a alimentos. Este ano são 33.1 milhões de brasileiros convivendo forçadamente com a fome.

No Amazonas, a parcela da população em situação de fome é elevada e exige posicionamento firme dos governos estadual e municipal. É fundamental a definição de ações que alcancem esse grupo de forma mais rápida e continua até que sejam assegurados programas de atenção aos mais vulneráveis. O Estado tem condições de agir para mobilizar iniciativas que garantam as principais alimentações e atenção à saúde desse segmento.

Os estudos mostram que são as pessoas negras e as mulheres as que mais sofrem com a falta de alimentos. No primeiro aspecto, os negros também aparecem como a população detentora da maior taxa de desemprego, da informalidade e vítima da violência; no segundo, as mulheres na maioria das regiões do País lideram a chefia das famílias. No Amazonas, não é diferente.

O ano eleitoral não pode ser usado como instrumento para minimizar o efeito da fome nas famílias amazonenses e brasileiras nem manipular os famintos em troca de voto ou ignorar a legislação visando o uso eleitoreiro da fome. Os programas oficiais que integram políticas públicas é que necessitam ser revitalizados e seus recursos empregados responsavelmente junto aos segmentos sociais que nesse momento sofrem com o desemprego e a fome.

Precisam ser considerados igualmente os efeitos da elevação contínua dos preços de serviços essenciais e dos alimentos que arrastam para a redução da comida e a fome famílias impedidas de pagar os valores cobrados.  

Assuntos
Compartilhar
Sobre o Portal A Crítica
No Portal A Crítica, você encontra as últimas notícias do Amazonas, colunistas exclusivos, esportes, entretenimento, interior, economia, política, cultura e mais.
Portal A Crítica - Empresa de Jornais Calderaro LTDA.© Copyright 2024Todos direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por