O jogo da baleia azul, o “13 razões porquê” e a responsabilidade dos pais

Mães Cri Cri
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17/04/2017 às 15:19.
Atualizado em 24/03/2022 às 22:32

Liege Albuquerque

Não há nada que tire de minha cabeça que a obesidade infantil e crianças viciadas em videogames, tablets e celulares são totalmente culpa dos pais. São eles que fazem o supermercado, que deixam a geladeira liberada e quem compram os videogames e eletrônicos, não? São eles que liberam a internet aos filhos e os deixam viciados em youtubers mirins.

Com esse pensamento de pais permissivos, fiquei chocada com a história do tal “jogo da baleia azul”. Dá uma olhada no Google par saber o que é. Aliás, nós todos, pais ou mães, independente da idade de seu filho (porque criança vira teen), TEMOS de estar antenados sobre os modismos e certamente estar de plantão nas redes sociais para monitorar esse mundinho da geração Y que muda tão rápido.

Quem faz o tal joguinho da morte são adolescentes, certamente com pais permissivos durante suas infâncias. Pais permissivos que liberam tudo para os filhos, na preguiça de educar e se importar com o que fazem dentro de seus quartos. Lembrei agora do rapaz do Acre que sumiu e antes escreveu livros pelas paredes, trancado por mais de um mês (!) no quarto sem que ninguém da família tenha entrado.

No extremo de tudo, tem um seriado triste no NetFlix, o “13 razões porque”, sobre o suicídio de uma adolescente e suas 13 razões, onde meu olhar de mãe me fez ficar ainda mais alerta do que sou. Se você assistir com essa perspectiva, a de mãe ou pai, vai perceber o quanto os pais da garota estão imersos no trabalho e ignoram os sinais de que a filha não está bem.

Sim, as crianças e adolescentes dão sinais de depressão ou de que algo não vai bem. Dão sinais na escola, dão sinais em casa, especialmente em casa: mudam de atitude, fecham-se mais. E quem educa sabe que não é nada fácil a tarefa de chegar perto (especialmente de adolescentes), porque exige transpor barreiras desde como foi sua educação até o receio da tal “invasão de privacidade”.

Por fim, conquistar a confiança de seu filho é algo que a gente constrói desde o berço. É para a gente, pais, que eles precisam ter a segurança de correr para contar as alegrias e tristezas. É da gente que eles devem ouvir os primeiros nãos, porque haverão muitos pela vida. É da gente que precisam assistir os bons exemplos de comportamento moral e ético, porque são esponja e nos imitam.

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