Editorial

O desafio da educação na estiagem do Amazonas

Crianças e adolescentes do Amazonas têm um histórico de desamparo, a elas os direitos consagrados representam ainda hoje enfrentar obstáculos e mesmo não acessá-los

09/07/2024 às 09:44.
Atualizado em 09/07/2024 às 09:45

(Foto: Arquivo A CRÍTICA)

O braço da educação na Operação Estiagem 2024 implantada pelo Governo do Amazonas tem tarefa ampliada. Assegurar que as aulas adaptadas sigam, ofereçam respostas positivas em um quadro de dificuldades acumuladas ao longo de anos.

A estrutura da educação na maioria dos municípios amazonenses é precária e, em algumas comunidades está em nível crítico. Quando tratada pelas especificidades comuns no Estado e na região Amazônica, como as populações ribeirinhas e os povos indígenas, os indicadores revelam o tamanho do abandono em razão entre outros aspectos da execução de programas que sofrem descontinuidade ou estão deslocados da realidade desses estudantes e de suas famílias.

Com a estiagem, as falhas e omissões são somadas às dificuldades que o período de seca provoca. Professores e estudantes são afetados por essa condição e muitos desses professores adoecem, de acordo com  relatos feitos por representantes comunitários, sem tempo hábil para a substituição. 

No item alunos, a atenção teria que ser parte de um programa contínuo e vigoroso para enfrentar a precarização e a precariedade presentes. O dano nessa área deve ser monitorado e desse acompanhamento resultar em tomada de iniciativas que possam minimizar, reparar e prevenir a fim de que os direitos de crianças e adolescentes à escola e desenvolvimento escolar tenha um bom ritmo sejam de fato assegurados.

Trata-se de formar equipes que assumam o compromisso da ação presente e qualificada nessas cidades e no interior delas, como expressão de uma batalha para salvar vidas pelo espaço da educação e da escola transformada em outros modelos.  Crianças e adolescentes do Amazonas têm um histórico de desamparo, a elas os direitos consagrados representam ainda hoje enfrentar obstáculos e mesmo não acessá-los. A estiagem mais severa significa mais restrição de direitos a essa população e às suas famílias, pois, alguns arranjos funcionam mais como um pacto por cima do que a imersão necessária nessa realidade.

Na Operação Estiagem 2024 aguarda-se que em tempo hábil possam ser divulgados os documentos de acompanhamento e dos resultados obtidos pelo setor da educação para diminuir prejuízos e  manter  as aulas às crianças e aos adolescentes em ambiente alterado.  O déficit do Amazonas nesse setor preocupa porque estabelece um projeto de sujeição da infância e da juventude às carências educacionais e, em passo seguinte, os amazonenses e o Estado em nível nacional.

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