Editorial

O Brasil de volta ao Oscar

O filme estrelado por Fernanda Torres e dirigido por Walter Salles está concorrendo como “Melhor Filme”, “Melhor Filme Internacional” e “Melhor Atriz”

acritica.com
24/01/2025 às 07:52.
Atualizado em 24/01/2025 às 07:52

(Foto: Divulgação)

Com a indicação do filme “Ainda Estou Aqui” em três categorias do Oscar 2025, uma produção brasileira volta a disputar a maior premiação do cinema mundial após 27 anos. O filme estrelado por Fernanda Torres e dirigido por Walter Salles está concorrendo como “Melhor Filme”, “Melhor Filme Internacional” e “Melhor Atriz”. Especialistas avaliam que as chances de estatueta não são as melhores, diante do histórico desfavorável do Oscar, mas só o fato de estar entre os indicados já representa uma vitória gigantesca para o cinema nacional.

Isso porque a indicação significa o reconhecimento da indústria cinematográfica global, uma vez que a lista de indicados é construída a partir do voto de diretores, atores, produtores, roteiristas e outros membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Além disso, o Oscar é, sem dúvida, o prêmio mais prestigioso do cinema. Mesmo que o filme brasileiro não conquista uma das estatuetas a que concorre, a indicação já o coloca sob os holofotes, o que pode abrir portas para novos projetos e oportunidades.

As carreiras de Fernanda Torres e do diretor Walter Salles, embora já bastante sólidas, também serão impactadas positivamente. O desempenho de “Ainda Estou Aqui” nas salas de cinema – o filme já foi assistido por mais de 3,5 milhões de pessoas -, a vitória de Torres no Festival de Cannes e indicação ao Oscar já colocam o filme e todos os envolvidos na produção em uma posição histórica, integrando uma seleção de elite que perdurará no tempo. 

A indicação do filme brasileiro ao Oscar é um fato extraordinário e merece ser celebrada. Sabemos que os vencedores são decididos por meio de um processo de votação entre os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, composta por mais de 9 mil profissionais, e os resultados, com alguma frequência, são polêmicos. Não há como aceitar a derrota de Fernanda Montenegro, que concorreu a “Melhor Atriz”, por “Central do Brasil”, em 1999. Na ocasião, ela foi derrotada por Gwyneth Paltrow, que atuou no esquecível “Shakespeare Apaixonado”; uma injustiça retumbante.

Independentemente do destino de “Ainda Estou Aqui” no Oscar 2025, os brasileiros e o cinema nacional já têm muito o que comemorar.

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