Os dados estão no relatório sobre imunização infantil no mundo, divulgado nesta segunda-feira, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
(Foto: Agência Brasil)
Do retrocesso à boa notícia. O Brasil deixou a lista dos 20 países com menor índice de crianças não imunizadas. Os dados estão no relatório sobre imunização infantil no mundo, divulgado nesta segunda-feira, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Eram 687 mil crianças que no ano de 2021 não receberam nenhuma dose da DTP1 (refere-se a difteria tétano e coqueluche). O relatório mostra que, no Brasil, o número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP1. N ano de 2024, o número ficou em 103 mil. As crianças brasileiras que não receberam a DTP3 - 846 mil em 2021 – no ano de 2023 já apresentava número de 257 mil ou vacinação de 589 crianças no período.
Referência no mundo em matéria de cobertura vacinal, o Brasil experimentou nos últimos anos o desmonte do programa de imunização e um movimento antivacina que não é exclusivo do país. O resultado foi o reaparecimento de doenças que já estavam controladas e, para os organismos de controle de saúde pública mundiais, o reingresso do Brasil no mapa das nações que menos vacinavam.
Os resultados ora apresentados pelo Unicef/OMS apontam que o Brasil ocupava o sétimo lugar em um grupo de 20 países e, com o avanço verificado na vacinação de crianças, o país consegue deixar a lista. Dos 16 itens, o Brasil conseguiu oferecer boas respostas de vacinação em 14.
Os indicadores reforçam a necessidade de manter o esforço contínuo para ampliar a cobertura vacinal e oferecer resposta pedagógica à sociedade sobre a importância de manter as vacinas atualizadas em todas as faixas etárias. Ambientes diversos podem e devem ser utilizados como espaços para as campanhas pró-vacinas estimulando crianças, adolescentes e jovens a serem propagadores dessa cultura.
Se o Brasil pode, atualmente, ter bons resultados. Em nível mundial a imunização infantil está estagnada desde 2023, de acordo com o relatório. São 2.7 milhões de crianças não vacinadas. Uma porta aberta para a entrada das doenças, surtos e aumento da vulnerabilidade dessa população somando-se às demais a que estão submetidas. É um quadro preocupante e que exige das agências internacionais colocar o tema em pauta de forma mais estratégica e insistir na sensibilização dos governos desses países.