OPINIÃO

Os desafios para atender o Acordo de Paris

Acordo é considerado um marco histórico na luta global contra a mudança climática

Por Daniel Santos*
13/09/2024 às 09:17.
Atualizado em 13/09/2024 às 09:17

O Acordo de Paris é um tratado internacional assinado em 2015, durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O acordo contém medidas de combate às mudanças climáticas. O principal objetivo é conter o aumento da temperatura global, mantendo-o a menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais, com esforços para restringir a 1,5°C. 

O Acordo de Paris estabelece como compromisso dos países participantes que estabeleçam suas próprias metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, chamadas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que devem ser revisadas e fortalecidas a cada cinco anos. Os signatários se comprometeram a fornecer suporte financeiro aos países em desenvolvimento, tanto para mitigação (redução de emissões) quanto para adaptação aos impactos das mudanças climáticas. Um dos objetivos a longo prazo do acordo é alcançar um equilíbrio entre as emissões de gases de efeito estufa e sua remoção da atmosfera (neutralidade de carbono), na segunda metade do século.

O Acordo de Paris é considerado um marco histórico na luta global contra a mudança climática, com quase todos os países do mundo comprometidos com suas metas. Porém, o atendimento aos compromissos firmados está cada vez mais difícil. Em 2024, o mundo registrou temperaturas recordes, estabelecendo novos marcos históricos de calor. Entre junho e agosto, o verão do hemisfério norte foi o mais quente já registrado desde o início do levantamento desses dados, com médias globais de temperatura superando o recorde anterior de 2023. Esse aumento foi causado pelo acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera e pelo aquecimento dos oceanos, que retêm 90% do excesso de calor gerado pela atividade humana.

Em agosto de 2024, a temperatura média global foi de 1,51°C acima dos níveis pré-industriais, ultrapassando o limite de 1,5°C estabelecido no Acordo. Esse marco de aquecimento foi repetido em 13 dos últimos 14 meses, o que aumenta a probabilidade de 2024 ser o ano mais quente já registrado.

O aumento da temperatura global é, principalmente, causado pela intensificação do efeito estufa, que resulta da maior concentração de gases como o dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio (NOₓ), na atmosfera. Esses gases são liberados em grande parte por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural), desmatamento, lixões a céu aberto, agricultura intensiva e processos industriais.

Esses fatores juntos estão aumentando a temperatura global, intensificando as mudanças climáticas e gerando impactos como ondas de calor mais severas, derretimento das calotas polares e mudanças nos padrões de precipitação.

Para ajudar a cumprir os objetivos do Acordo de Paris, podemos adotar ações individuais que reduzam a pegada de carbono e pressionar por mudanças estruturais. Algumas iniciativas que podem ser adotadas: substituir lâmpadas por modelos LED, usar eletrodomésticos eficientes e evitar desperdícios, como deixar aparelhos em stand-by; adotar fontes de energia limpa, como energia solar ou eólica; reduzir o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis; diminuir o consumo de carne, especialmente a vermelha, e optar por dietas baseadas em vegetais; optar por produtos de empresas que adotam práticas sustentáveis e produzem de forma ecologicamente correta; consumir menos, reutilizar produtos sempre que possível e participar de programas de reciclagem; compartilhar informações sobre a importância de combater as mudanças climáticas e promover, assim, a conscientização entre amigos e familiares.

Essas ações, se adotadas em massa, ajudam a reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa e contribuem para alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris.

 * Daniel Santos é biólogo e especialista em Gestão de Recursos Naturais e Meio Ambiente, pela UniNorte. Especialista em Ecologia, pelo CRBio 06. Embaixador, consultor e auditor do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB). CEO da Damata Consultoria em Meio Ambiente. Diretor Conselheiro Tesoureiro do Conselho Regional de Biologia da 6a Região.
 

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