Por Daniel Santos
Somos, atualmente, mais de 8 bilhões de pessoas habitando o planeta Terra e uma ação em comum entre todos nós é a geração de resíduos que, na sua grande maioria, é transformada em lixo.
Apesar de não termos a capacidade fisiológica de sobreviver sob as águas e nem na órbita do planeta, conseguimos encaminhar para os oceanos e para o espaço uma quantidade grande de lixo.
Nos oceanos e mares, o lixo encontrado é, em geral, de embalagens de produtos consumidos diariamente pela população, destacando-se as que são de material plástico, que demoram para se decompor.
Em órbita, são encontrados satélite “mortos”, ferramentas usadas pelos astronautas, cápsulas de foguetes (estágios), entre outros objetos e fragmentos. Quanto maior a altitude de um lixo espacial, mais tempo ele permanecerá em órbita.
Um dos principais impactos que o lixo causa nos oceanos é a interferência na produção de oxigênio e na cadeia alimentar. Afeta diretamente as algas, seres microscópicos ou macroscópicos, grandes produtoras de oxigênio e base da cadeia alimentar do ambiente aquático.
São cinco as maiores ilhas de plásticos, assim localizadas: duas no oceano Pacífico (uma ao norte e outra ao sul); duas no oceano Atlântico (uma ao norte e outra ao sul) e uma no oceano Índico. Também existem outras ilhas, em outros mares e oceanos, embora sejam muito menores que as aqui mencionadas.
No espaço, o lixo, formado por fragmentos, os micrometeoritos, tal como cascas de pintura que se desfazem ou gotas de anticongelantes solidificados, pode causar danos nas placas solares dos satélites ativos. Outro grande risco, provocado por restos de combustível sólido que flutuam no espaço, altamente inflamáveis, são os danos causados ao dispersar poluentes na atmosfera, em caso de explosão, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA).
O impacto no planeta, por conta de lixos espaciais que possam retornar à Terra, também existe, porque os satélites contêm pilhas nucleares com material radioativo. De qualquer forma, a maior parte do lixo espacial que entra na atmosfera é destruída pelo calor da reentrada. Em raras ocasiões os fragmentos de maiores dimensões atingiram a superfície e causaram danos significativos. Mas o problema, entretanto, entra na linha de preocupação. Por conta disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em 2007, um conjunto de diretrizes para a mitigação do lixo espacial.
Na outra ponta, a eliminação das ilhas de plásticos nos mares e oceanos é uma tarefa complexa e urgente de ser tratada. Apesar de existirem muitos projetos em andamento, está em nossas mãos pequenas atitudes que podem acelerar esse processo, tais como: redução no consumo de embalagens plásticas, apoiar e contribuir com as organizações que estão trabalhando para a causa, participar de ações que promovam conscientização ambiental e cobrar de autoridades públicas a adoção de políticas de gestão de resíduos sólidos para as cidades.
Biólogo e especialista em Gestão de Recursos Naturais e Meio Ambiente, pela UniNorte. Especialista em Ecologia, pelo CRBio 06. Embaixador, consultor e auditor do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB). CEO da Damata Consultoria em Meio Ambiente. Diretor Conselheiro Tesoureiro do Conselho Regional de Biologia da 6a Região.