Por Daniel Santos
Em 3 de setembro de 2018, a profissão de biólogo completou 45 anos no Brasil. A data marca a regulamentação da profissão, ocorrida em 3 de setembro de 1973, com a publicação da Lei nº 6.684.
A lei definiu o exercício da profissão e criou os Conselhos Federal e Regionais de Biologia, que são responsáveis por fiscalizar e regulamentar a prática profissional.
Desde então, a carreira de biólogo tem evoluído significativamente, com profissionais desempenhando papéis fundamentais na pesquisa científica, conservação da biodiversidade, saúde, biotecnologia, gestão ambiental, entre outras áreas. O campo de atuação é diversificado, abrangendo desde a pesquisa básica até aplicações tecnológicas e industriais.
Com o aumento da conscientização sobre as questões ambientais e a importância da biodiversidade, o papel do biólogo tornou-se ainda mais relevante no Brasil, que possui uma das maiores biodiversidades do mundo. Além disso, a legislação brasileira sobre o meio ambiente e a conservação da fauna e flora nativas exige a presença de biólogos em diversas instâncias de planejamento e execução de políticas públicas.
Biólogos estudam a relação entre as mudanças climáticas e a saúde humana, investigando o aumento de doenças transmitidas por vetores, como malária e dengue, cujas incidências podem aumentar com o aquecimento global. A partir dessas pesquisas, são desenvolvidas estratégias para o controle dessas doenças e a adaptação das populações às novas condições climáticas. Desse modo, os biólogos desempenham um papel crucial no combate às mudanças climáticas, devido ao seu profundo entendimento sobre ecossistemas, biodiversidade e os impactos das atividades humanas no meio ambiente.
Os profissionais da biologia são responsáveis por avaliar como florestas, oceanos e outros biomas capturam e armazenam o dióxido de carbono (CO₂), um dos principais gases de efeito estufa. A Amazônia, por exemplo, é um sumidouro crucial de carbono, e os biólogos monitoram sua capacidade de armazenamento frente às alterações climáticas.
Além disso, biólogos atuam na implementação de projetos que visam à recuperação de áreas degradadas e à reintrodução de espécies nativas, ajudando a aumentar a capacidade de captura de carbono. Eles também investigam como o aumento das temperaturas, as mudanças nos padrões de precipitação e os eventos climáticos extremos afetam espécies e ecossistemas. Dessa forma, identificam espécies vulneráveis às mudanças e desenvolvem estratégias para auxiliá-las na adaptação, incluindo o deslocamento de populações ou a criação de áreas protegidas.
Esses profissionais estão na vanguarda do desenvolvimento de soluções biotecnológicas que ajudam a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Isso inclui a produção de biocombustíveis a partir de fontes renováveis, o desenvolvimento de culturas mais resistentes a secas e inundações, além da criação de organismos geneticamente modificados capazes de sequestrar maiores quantidades de carbono.
Na área de educação ambiental, biólogos atuam para informar o público e os formuladores de políticas sobre os impactos das mudanças climáticas e as maneiras de mitigar esses efeitos. Por meio de campanhas de conscientização e programas de educação ambiental, promovem o entendimento de como nossas ações afetam o clima e a importância de conservar a biodiversidade.
Utilizando tecnologias como sensoriamento remoto, drones e modelos avançados de computadores, os biólogos monitoram os ecossistemas, observando o aumento do nível do mar, o derretimento de geleiras e a desertificação. Eles usam esses dados para criar modelos preditivos que ajudam a entender como as alterações climáticas impactarão as espécies e seus habitats no futuro.
Os biólogos também têm um papel importante na formulação de políticas públicas voltadas à mitigação das mudanças climáticas e à adaptação às suas consequências. Trabalham em conjunto com governos e ONGs para criar estratégias de conservação, estabelecer metas de redução de emissões de carbono e proteger ecossistemas vulneráveis.
O profissional de biologia estuda como a mudança de temperatura e os padrões de chuva alteram a distribuição das espécies, causam extinções e interferem em processos naturais, como migração e reprodução. Ao compreender esses efeitos, podem criar planos para mitigar o impacto nas populações animais e vegetais, promovendo soluções baseadas na natureza, como a restauração de florestas, a proteção de manguezais para reduzir o impacto de tempestades e a restauração de zonas úmidas para combater inundações.
O biólogo, portanto, é essencial para o entendimento dos complexos impactos das mudanças climáticas sobre os ecossistemas, a biodiversidade e a saúde humana. Através da pesquisa, monitoramento, conservação e envolvimento em políticas públicas, contribui diretamente para a mitigação desses efeitos e para a adaptação de ecossistemas e populações humanas a essas transformações.