Manaus pede ações firmes para evitar tragédias
Mais de duas dezenas de bairros de Manaus possuem vulnerabilidades e as famílias neles residentes estão de fato sob ameaça de perderem seus bens e suas vidas.
(Foto: Junio Matos)
Os deslizamentos de terra, desabamento e medo marcam grupos de moradores em área de risco de Manaus. O Beco Macapá, no bairro Redenção, zona Centro-Oeste, é parte das tragédias anunciadas e, no dia 19 de janeiro, o anunciado se tornou realidade quando quatro pessoas de uma mesma família foram soterradas.
No ano passado, uma missão, organizada pelo Habitat Brasil e o Fórum das Águas, visitou alguns lugares onde pessoas enfrentavam dificuldades para morar e acessar água potável com alguma margem de segurança. O beco Macapá foi um desses lugares onde por mais de uma hora moradores relataram como viviam e lutavam para a parte superior da encosta não ser tomada por outras pessoas tanto para morar quanto para lançar todo tipo de lixo na região.
No dia 8 de fevereiro, na avenida Mário Ypiranga, bairro Parque Dez de Novembro, parte de um barranco deslizou. A situação ficou caótica principalmente no trânsito já congestionado em condições consideradas normais. Manaus possui, de acordo com estudo do Serviço Geológico do Brasil, 600 áreas sob risco, as zonas Leste e Norte concentram o maior número desses pontos.
A cidade vive dias de chuvas e calor intensos ao mesmo tempo é possível observar uma série de trechos alagados. Sem ter por onde escoar as águas, chuva como a de domingo e da manhã de segunda-feira rapidamente produz alagações. O problema não é recente e a cada ano se torna mais preocupante porque também expõem a precariedade da rede de infraestrutura da capital. São moradias em locais inadequados, despejo de detritos em espaço público e levados pelas enxurradas para bueiros, entupidos esses escoadouros fecham o fluxo das águas.
No balanço geral, as ações de prevenção não conseguem fazer frente ao tamanho do problema gerado e, em tempo de chuvas mais fortes, as estruturas decadentes desabam, soterram, matam. Os eventos naturais extremos tendem a agravar o cenário e aumentar, lamentavelmente, o número de vítimas de tragédias daí a necessidade do desenvolvimento de ações conjuntas, continuas e bem elaboradas para enfrentar as diversas ameaças que essa questão representa.
Mais de duas dezenas de bairros de Manaus possuem vulnerabilidades e as famílias neles residentes estão de fato sob ameaça de perderem seus bens e suas vidas.