A Potássio do Brasil, empresa responsável pela exploração do minério, deve investir R$ 17 bilhões no projeto, com geração de 16 mil empregos diretos e indiretos, sendo que 80% dessa mão de obra deve ser local
Empresa Potássio do Brasil realiza a extrassão de Potássio em Altazes (Foto: Divulgação)
Um importante passo foi dado no sentido de destravar de uma vez por todas a exploração de silvinita – minério de potássio – no Amazonas: um acordo preliminar de cooperação com o Conselho Indígena Mura (CIR), do município de Autazes, foi assinado na última segunda-feira (11). A expectativa é que sejam superadas as divergências entre as próprias lideranças indígenas a respeito da atividade mineradora em seu território. Se for realmente esse o caso, o Amazonas estará muito perto da exploração comercial de uma de suas principais riquezas minerais.
A Potássio do Brasil, empresa responsável pela exploração do minério, deve investir R$ 17 bilhões no projeto, com geração de 16 mil empregos diretos e indiretos, sendo que 80% dessa mão de obra deve ser local. Após mais de uma década, o Amazonas vai explorar sua enorme reserva de potássio, com potencial para suprir toda a demanda do País por esse minério, matéria-prima de fertilizantes. A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se arrasta por anos, tem impactado severamente no custo do insumo.
Nesse cenário, mais do que nunca, a exploração das reservas amazonenses é uma oportunidade, já que o País continua gastando milhões de dólares na importação de um produto que pode fabricar aqui mesmo. Quando a produção estiver, de fato, acontecendo, o Amazonas conseguirá, finalmente, diversificar sua base econômica, há décadas dependente da Zona Franca de Manaus. O Estado pode atingir um novo patamar econômico, com progresso difundido no interior. Governo do Estado e Prefeitura de Autazes já tomam providências junto a parceiros da iniciativa privada para preparar o município.
A rede hoteleira, por exemplo, precisará ser reforçada, assim como toda a estrutura de serviços. Por outro lado, não basta a disposição da empresa em contratar trabalhadores locais se a força de trabalho não for qualificada. Cursos de capacitação direcionada precisam ser implementados com urgência. Espera-se que os povos indígenas, assim como os ribeirinhos e toda a população que será impactada pela atividade mineradora seja, efetivamente, participante do processo, até para garantir seu próprio bem-estar e preservação de seus valores.