A inserção da temática na programação do G20 é parte de uma série de esforços articulados pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Theirworld e ANDI - Comunicação e Direitos
(Foto: Agência Brasil)
A primeira infância é um dos temas do G20 Social a partir de hoje (14) no Rio de Janeiro. O painel “Alto Retorno do Investimento na Primeira Infância como Impulsionador do Capital Humano e Estratégia para Combater a Pobreza e as Desigualdades” colocará especialistas e representantes do governo brasileiro em debate sobre políticas públicas e prioridade do desenvolvimento das crianças de até seis anos, como forma de promover a equidade social.
A inserção da temática na programação do G20 é parte de uma série de esforços articulados pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Theirworld e ANDI - Comunicação e Direitos. O objetivo é situar a primeira infância como estratégia central no combate às desigualdades sociais e à fome.
Os painelistas irão tratar do nível de promoção da primeira infância saudável, antirracista e de como estímulos positivos podem auxiliar na quebra de ciclos intergeracionais de pobreza. De acordo com a Theiword, organização da sociedade civil que atua na promoção da educação infantil, é possível retirar 16 milhões de crianças da pobreza e assegurar que 70 milhões de mulheres ingressem no mercado de trabalho no âmbito do G20 mediante financiamentos modestos e contínuos.
A primeira infância compreende os primeiros seis anos de vida de cada pessoa. Nessa etapa, o cérebro registra cerca de 1 milhão de conexões por segundo e até 90% do total de suas conexões neurais são estabelecidas. Evidências científicas mostram que as crianças que recebem atenção integral na primeira infância têm mais saúde física e mental ao longo da vida, melhores condições de aprendizagem e mais oportunidades profissionais no futuro, citam os organizadores do painel que estão mobilizados para disseminar o assunto e conquistar mais aliados na formação de alianças e de compromissos por investimento na primeira infância.
O Brasil é o primeiro país a adotar a primeira infância como estratégia central no combate à miséria e às desigualdades por meio de uma Política Nacional Integrada para a Primeira Infância (PNIPI). Um comitê intersetorial, presidido pela Casa Civil, atua na construção de uma política com foco na priorização das crianças, principalmente, as que estão em situações adversas, e o fortalecimento de áreas setoriais prioritárias, como Saúde, Assistência Social, Educação, Proteção e Justiça. Nos últimos anos, as condições de vida das crianças brasileiras foram agravadas principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A ação integrada pode enfrentar o quadro negativo.