Já que Manaus parece o 'Marco zero' do Apocalipse, vamos falar sobre esse subgênero que nos faz adorar ver o mundo acabando
A bonita, e bem feita, queda de Los Angeles no filme 2012 (Foto: Reprodução)
Seca e calor dignos do mundo de “Mad Max”, fumaça que remete ao filme “O Nevoeiro”, ventania que lembra o início do caos de “2012”, além de outros exemplos. Há muito tempo que Manaus parece ter se tornado o epicentro do ‘Apocalipse’, do Fim do Mundo, e tudo é tão inacreditável que parece que até história de cinema. E olha que nesse caso, a capital amazonense poderia entrar em um subgênero próprio e com excelentes obras: os chamados filmes de destruição (ou ‘filmes sobre o fim do mundo’).
Esses 'blockbusters', infelizmente, têm chegado cada vez mais perto da realidade e na maioria das vezes são bem recebidos por público e crítica. Mas de onde vem tanto sucesso? O que atrai tanto o público para essas obras? Bom, de acordo com a psicologia, os filmes sobre fim do mundo representam não apenas um alerta sobre a iminência do fim da humanidade, mas também são formas de nós lidarmos com nossos medos mais antigos e secretos.
A destruição de São Francisco mostrada no filme Terremoto: A falha de San Andreas
Ou seja, existe uma amenização sobre o terror que o apocalipse nos impõe. Por exemplo, nestes filmes, geralmente, veremos uma família aleatória como protagonista tentando sobreviver a um desastre natural, havendo nela alguém em busca de redenção por algo que, sinceramente, a maioria das vezes a gente não se importa.
Um claro exemplo desse modelo é o personagem de John Cusack em “2012”, obra em que ele tenta desesperadamente salvar sua família, ao mesmo tempo que busca se mostrar um melhor pai. Outros que seguem esse padrão são os personagem de Dennis Quaid em “O Dia Depois de Amanhã” e o de Dwayne ‘The Rock’ Johnson em “Terremoto: a falha de San Andreas”.
De acordo com o especialista, esses filmes foram bem recebidos pelo público por lidarem com as três fontes de mal-estar da humanidade que foram apontadas por Freud: a mortalidade, a impotência frente às condições naturais e a relação com outros seres humanos.
Além de um bom filme sobre o fim do mundo, O Nevoeiro possui um dos finais mais tristes do cinema
Ainda segundo a psicologia, cada um dos temas dos filmes apocalípticos, ajuda a representar um temor mais sutil e inconsciente de seu tempo. Assim, quando o homem explorou o espaço, isso se refletiu nos extraterrestres de “Guerra dos Mundos” e no meteoro de “Armageddon”. E quando estudou o mundo microscópico, surgiu o vírus de “Extermínio”.
Ou seja, são temores tão presentes dentro das nossas vidas, que se faz necessário amenizar tais temas. É a partir dai se dá margens para filmes como “É o fim”, que vai falar sobre o fim do mundo sobre a ótica da comédia. Tudo para que a gente não se aterrorize diante do poder daquilo que não está sob nosso controle.
Ah, é bom ressaltar que esse subgênero também resultou no surgimento de um outro subgênero: os filmes pós-apocalípticos. Mas isso fica para uma próxima oportunidade.
Seth Roger e James Franco comandam a comédia apocaliptica É o fim