OPINIÃO

Em busca dos efeitos das provocações do império

Ao mover peças do tabuleiro geopolítico global, antes de tomar posse, dia 20/01/25, Trump tornou-se o assunto da mídia de todas as matizes ideológicas

Por Ivânia Vieira
20/01/2025 às 10:03.
Atualizado em 20/01/2025 às 10:05

(Jim Watson/AFP)

O pacotaço de ameaças e fanfarrice lançado pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, faz sucesso, exatamente como quer um dos homens mais ricos do mundo (fortuna estimada em R$ 32 bilhões, em 2024, pela Bloomberg). Ao mover peças do tabuleiro geopolítico global, antes de tomar posse, no dia 20, o empresário Trump, 78,  tornou-se  o assunto da mídia de todas as matizes ideológicas.

E me faz também escrever este artigo. Trump e Mark Zuckerberg (TZ) estão casadinhos na lógica dos negócios de trilhões, das decisões políticas de grande impacto e da legalização e legitimação dos absurdos. Há festa antecipada pela parceria TZ e a aliança com as Big Techs, sem minimizar a embriaguez mundializada produzida por Elon Musk com distribuição de dinheiro na campanha do republicano pela presidência e os acertos. 

Até agora, Trump vence. Mobiliza atenção dos estudiosos, dos curiosos, dos fanáticos trumpistas, dos extremistas e de parcela de pessoas de diferentes regiões do mundo sob efeito da ansiedade pelo que será o dia seguinte.                         

Em nome de uma tal liberdade assegurada a uns poucos, medidas estão sendo tomadas por mega empresários, donos das Big Techs, como governantes da Terra. Ao mesmo tempo, nesse jogo, presidentes de países são tornados coadjuvantes. 

O caminho é o da reação e de ação estratégica ao empacotamento formulado por Trump e aliados a fim de reposicionar o poder dos Estados Unidos no mundo. Em meio a aparente fanfarrice napoleônica deste século 21, a exigência de reposicionamento hegemônico dos EUA tem preço alto.  A lupa da história revela que esse movimento produz cadáveres, desespero, desterritorialização, pobreza, expansão do sistema de violência. Encurrala milhões de humanos, segregando-os em elevado nível, normatiza a desigualdade, a escravização e a destruição de patrimônios naturais.  

Outro dado: aa parceria TZ representa a reafirmação dos desmandos criminosos no ambiente online. Quais impactos e quais são as vítimas da atitude de Zuckerberg? As mulheres e as crianças são algumas das vítimas. A misogenia permanece como ato cotidiano, a pornografia infanto-juvenil, o racismo, a disseminação do programa de ódio aos diferentes. São condutas criminosas em vários países, o Brasil é um deles, e são negócios, parte de um mercado para o qual não há crise e as leis instituídas não conseguiram fazer frente ao pool em operação sem o limite da fronteira.     

A verificação de fatos e a construção de ambientes digitais mais seguros e menos doentio é aprendizado dentro e fora do mundo online. Zuckerberg decidiu pelo fim desse exercício e acionou a ideia de liberdade como argumento. Deve seguir a rota de aumentar seus ganhos financeiros e políticos, sustentar os negócios de Trump.

E nós, o que estamos dispostos a fazer?  

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