Até 2024, 47,2 milhões de crianças viviam fora de suas moradias por razão de conflitos. E neste 2025, a previsão é de mais deslocamentos em áreas como Haiti, Líbano, Mianmar, Estado da Palestina e Sudão, onde situações de guerra se intensificaram.
(Foto: AFP)
Os confrontos mundiais agravados neste início de 2025 já refletem na vida de milhares de mulheres e de crianças, piorando a situação de risco a que estão submetidas. Como parte da população de imigrantes, mulheres e crianças tornam-se alvos vulneráveis de todo tipo de violência. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 473 milhões de crianças viviam em áreas afetadas por conflitos no ano de 2023, com indicadores de crescente aumenta em 2024 e estimativa de crescer ainda mais este ano.
Até 2024, 47,2 milhões de crianças viviam fora de suas moradias por razão de conflitos. E neste 2025, a previsão é de mais deslocamentos em áreas como Haiti, Líbano, Mianmar, Estado da Palestina e Sudão, onde situações de guerra se intensificaram.
As mudanças climáticas são a outra a realidade de impacto direto na vida das crianças. Um dos alertas do UNICEF é que as características fisiológicas das crianças fazem com que elas recebam maior impacto pelas mudanças climáticas. O relatório do UNICEF, divulgado na última semana de dezembro, destaca que crianças com menos de 5 anos respondem por 88% da carga global de doenças relacionadas às mudanças no clima no planeta. A maioria delas sem atenção integral aos seus direitos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma ter verificado 32.990 violações graves contra 22.557 crianças, o maior número desde que o mandato do Conselho de Segurança começou. Milhares foram mortas ou feridas em Gaza e na Ucrânia. A ONU também apurou mais ferimentos e mortes entre crianças nos primeiros nove meses deste ano que em todo o ano de 2023.
No Brasil, 44% dos municípios têm filas para o acesso às creches. O número é do levantamento nacional realizado pelo Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política da Educação no Brasil (Gaepe) em parceria com o Ministério da Educação, Instituto Articule e outras instituições públicas e da sociedade civil. Mulheres negras e indígenas e seus filhos são as mais desassistidas na população afetada por essa situação, pelo acesso aos alimentos e à saúde.
Para os indígenas, a especulação em suas terras, os ataques a comunidades e a implantação de grandes projetos de exploração mineral concretizam ameaças de expulsão e de morte.