Artigo

Cidades amazônicas sustentáveis - Final

Júlio Antonio Lopes
08/02/2025 às 16:31.
Atualizado em 08/02/2025 às 16:31

Há, portanto, um desafio gigantesco a ser enfrentado, o qual consiste em reconstruir e gerir as cidades amazônicas sob a perspectiva da sustentabilidade, entendendo-se como tal não "santuarização" do nosso espaço geográfico, mas a capacidade de explorá-lo (Reprodução)

Há, portanto, um desafio gigantesco a ser enfrentado, o qual consiste em reconstruir e gerir as cidades amazônicas sob a perspectiva da sustentabilidade, entendendo-se como tal não "santuarização" do nosso espaço geográfico, mas a capacidade de explorá-lo economicamente de maneira responsável em benefício do povo da região, que não pode mais viver a mendigar ou a ser tutelado por algumas organizações não governamentais, claramente a serviço de governos estrangeiros, como demonstrou a CPI das Ongs, presidida pelo senador amazonense Plínio Valério,  as quais,  a pretexto de protegê-lo, acabam por condená-lo à estagnação e à pobreza. 

  Em verdade e em princípio as condições necessárias para a promoção do desenvolvimento amazônico, neste sentido, existem em abundância como em nenhum outro lugar do planeta nos dias de hoje. Temos grandes extensões de terra, água potável em profusão, sol, chuva, árvores, flora riquíssima, um potencial inestimável e pronto para ser convertido em valor econômico, em riqueza, em trabalho, renda e prosperidade para os seus habitantes. 

  O que falta, então? Vontade política, inteligência e disposição para se opor a todo um sistema de ideias, fomentadas por grandes somas de dinheiro, que nos quer colocar como vilões ambientais  e como sujeitos totalmente despreparados para cuidar do que nos pertence, motivo por que, segundo esse entendimento, a gestão desse extraordinário patrimônio, fundamental para a sobrevivência da humanidade, deveria ser conferido a um comando internacional...Nós sabemos, porém, quem são os vilões, os maiores poluidores, os que exauriram os seus recursos naturais  e que, agora, querem posar de mocinhos...

  A Amazônia precisa dar o seu grito de independência e passar, sem mais delongas, a desconstruir o discurso que nos mantém imobilizados e a descobrir-se capaz de fazer as mudanças necessárias para o nosso pleno desenvolvimento. Mestre Samuel Benchimol, de saudosa memória, há muitos anos já ensinava que a Amazônia somente poderia dar certo, com o uso e fruição de seus recursos naturais, através de uma equação inteligente, alicerçada em cinco condicionantes, ou seja, que fosse feita de forma economicamente viável, ecologicamente adequada, socialmente justa, politicamente equilibrada e tecnologicamente eficiente. 

  Deste modo, penso, podemos investir em energia solar; em produtos da  floresta, fármacos, por exemplo; em água, inclusive para exportação; em turismo; em mineração; e tanta coisa Mais. Claro, no âmbito das grandes cidades da região a intervenção teria que ser mais dura e imediata, pois muito da qualidade de vida se perdeu. Nossas chances de dar certo, todavia, são enormes, ainda mais porque conhecemos tudo de errado que os outros países fizeram e temos tudo, também, para não cair nos mesmos erros. 

  Minha filha Laís, que há quase 15 anos criou o movimento social Manaus+Verde, naquela época, com a pureza entusiástica dos jovens, defendia, com base numa sacada que tivera, a possibilidade de conciliar-se desenvolvimento com preservação, com a seguinte conotação:

“Pai, você já reparou que ecologia e economia têm a mesma origem? Ambas vêm do grego. Ecologia, por exemplo. Oikos, quer dizer casa;logos, logia, estudo, conhecimento. Economia. Oikos, casa; nomos, administração, organização”. Confesso que eu nunca tinha pensado nisso. E ela concluiu: “Será que é tão difícil entender que a Terra, que a nossa cidade, que o lugar onde moramos é a nossa casa e que precisamos dela cuidar com carinho, seriedade e zelo?” Tenho que concordar. Só com esse sentimento poderemos construir no hoje um futuro melhor. Já passa da hora. 

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