Editorial

BR-319 fora das prioridades

Em sua versão atual, Programa de Aceleração do Crescimento prevê aporte de R$ 1,4 trilhão até 2026 em projetos espalhados por todo o Brasil

acritica.com
09/02/2024 às 09:17.
Atualizado em 09/02/2024 às 09:17

(Foto: Arquivo A CRÍTICA)

O governo federal anunciou ontem os investimentos da nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento, o famoso PAC. A primeira versão, lançada em 2007, propunha-se a alavancar projetos estratégicos para o desenvolvimento do País. O problema é que boa parte dos projetos acabou ficando pelo caminho, a despeito dos pesados investimentos federais.

Em sua versão atual, o programa prevê aporte de R$ 1,4 trilhão até 2026 em projetos espalhados por todo o Brasil. A proposta é audaciosa e muito otimista, considerando que o País, assim como todo o mundo, ainda tenta ajustar a própria economia aos estragos causados pela pandemia de covid-19. O Brasil teve que estabelecer um novo arcabouço fiscal, cuja eficácia ainda está por ser atestada.

Praticamente todos os Estados padecem com queda na arrecadação e restrições orçamentárias, o que se estende aos municípios; o prefeito de Manaus acaba de anunciar corte nas despesas. 

O nome é ambicioso, e expõe o suposto objetivo da iniciativa: acelerar o crescimento. Porém, ao se analisar os empreendimentos incluídos, qualquer liderança política ou empresarial do Amazonas afirmará que a reconstrução da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO) é projeto estruturante absolutamente estratégico para o Amazonas e também para o Estado de Rondônia. O exemplo mais recente para ilustrar o quanto a 319 é imprescindível se relaciona com a seca histórica do ano passado. Até hoje, várias empresas do Polo Industrial de Manaus ainda não se recuperaram do atraso na entrega de componentes que chegam pelo modal maritimo-fluvial. A plena trafegabilidade colocaria a BR-319 como uma opção viável para a questão logística. 

Ocorre que a rodovia não está entre os projetos contemplados na nova versão do PAC. Segundo informações do governo federal, há recursos para programas como Luz para Todos, Educação Básica, infovias, aeroportos, hidrovias e portos, entre outros. A rodovia BR-319 não está na lista de projetos tidos como fundamentais pelo governo, que afirma tê-la elaborado juntamente com os governadores e bancadas de cada Estado. Se for verdade, ou nossos parlamentares se omitiram ou foram ignorados. Ao que parece, a lista de prioridades ainda é editável. Cabe a nossos representantes pressionar pela rodovia, se acharem que ela é mesmo importante.

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