Infelizmente, o combate ao câncer também enfrenta obstáculos modernos, como a desinformação.
(Foto: Agência Brasil)
O câncer é um dos males que afligem a humanidade há milênios - há registros egípcios sobre a doença que remontam 1600 a.C. Ainda hoje é uma das doenças que mais matam no mundo. Estima-se que cerca de 9,7 milhões de pessoas morram de câncer anualmente, um número alarmante. Complexa e multifacetada - existem mais de cem tipos de câncer - a erradicação da doença é, sem dúvida, um dos grandes desafios da medicina moderna. A biologia do câncer ainda não foi totalmente compreendida, de modo que a prevenção ainda é a melhor atitude. Ontem, no Dia Internacional de Combate ao Câncer, a OMS ressaltou a importância de evitar fatores de risco como tabagismo, abuso de álcool, sedentarismo e obesidade.
A necessidade de pesquisas demanda somas vultosas de dinheiro, com resultados que só podem ser atestados a médio e longo prazo. Uma cadeia global de pesquisas funciona há décadas combinando esforços no intuito de desenvolver tratamentos mais eficazes.
Há avanços significativos. É devido a esse esforço que, em países desenvolvidos, com amplo acesso à rede de saúde pública, o índice de cura chega a 50%. O índice é menor no Brasil porque, infelizmente, a maior parte dos diagnósticos ocorre em estágios avançados da doença.
Infelizmente, o combate ao câncer também enfrenta obstáculos modernos, como a desinformação. Pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca) até desenvolveram um termo específico para se referir à disseminação de notícias falsas sobre a doença. As mentiras vão de tratamentos "milagrosos" à associação equivocada de diagnósticos de câncer a vacinas. O atual panorama de vale-tudo nas redes sociais piora tudo. Informação correta é ferramenta necessária, não apenas contra o câncer.
Com o desafio da desinformação, a complexidade da doença, os custos dos tratamentos e das pesquisas científicas e o acesso desigual às redes de saúde, é razoável projetar que a doença é suas variações continuarão entre os grandes desafios da humanidade ainda por muito tempo. Aí está algo com potencial para unir os diferentes, aproximar os distantes, apaziguar os contenciosos. Independentemente de políticas, religiões ou quaisquer preferências, o mundo precisa se unir contra o câncer, pelo bem de todos.