Os autores e os mandantes não podem ser anistiados, significaria um amplo sim à impunidade e incentivo para a continuidade dessas ações sem a vigilância legal e legítima
Polícia cercando parte do Supremo Tribunal Federal após atentado na quarta-feira (Foto: Reprodução)
A explosão de bombas, no dia 13, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, não é caso isolado e não deve, como propõem alguns segmentos, isolá-lo do contexto da série de atentados no País ou especificamente em Brasília.
Há setores da sociedade brasileira minimizando irresponsavelmente esses acontecimentos e, ao mesmo tempo, engrossando o coro pela anistia dos que cometeram crimes em outros atos, como o do dia 8 de janeiro. Os autores e os mandantes não podem ser anistiados, significaria um amplo sim à impunidade e incentivo para a continuidade dessas ações sem a vigilância legal e legítima.
A ideia de anistia abriga outros elementos que sustentam movimentos radicais até pouco tempo protegidos para agir na ilegalidade, produzir bandeiras livremente ostentadas que ferem a Constituição Federal e, no dia a dia, são atentados a ameaçar a maioria da sociedade e as instituições brasileiras.
Os poderes e a sociedade não podem normalizar eventos dessa ordem. E sim agir, o mais rápido possível, para identificar os responsáveis e leva-los a responder por seus crimes. É nessa postura que os autores e os executores terão a medida sobre o rigor da lei ou a frouxidão dela.
O movimento que se articula em torno de práticas terroristas tenta se espalhar no Brasil e criar bases em diferentes cidades para ampliar seus espaços de atuação, agregar mais participantes e se impor como força. Dessa maneira passaria a intervir de modo mais ostensivo, formar quadros na política e deliberar a respeito de uma série de questões tanto no que se refere a candidaturas nos pleitos quanto a apresentação de projetos de lei que se constituem em retrocessos e absurdos.
Os que foram, no dia 8 de janeiro a Brasília, invadiram e depredaram as sedes dos poderes, pousaram para fotos e produziram vídeos dos atos de destruição são um recorte desse movimento que quer permanecer ativo e crescer para determinar em escala maior e, talvez, simultaneamente, mais atentados. O que está em jogo nesse confronto é assegurar a estabilidade política no país que passa pelo respeito aos princípios constitucionais. Aos que não os respeitam espera-se a adequada aplicação da justiça a todos os envolvidos nos atos atentatórios.