Atacado por um grupo de parlamentares, líderes de partidos políticos e representantes de setores neoconservadores, o sistema eleitoral revela-se a cada eleição como um dos bons serviços do Brasil
(Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)
O Brasil encerra mais uma temporada de eleições com o bom desempenho do sistema eleitoral e, com destaque, a urna eletrônica. Os problemas verificados nas máquinas foram mínimos, em Manaus, dados divulgados no domingo pela presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amazonas (TRE-AM), seis ‘incidentes técnicos’ foram registrados (ou 0,15% do total das urnas).
Atacado por um grupo de parlamentares, líderes de partidos políticos e representantes de setores neoconservadores, o sistema eleitoral revela-se a cada eleição como um dos bons serviços do Brasil. É possível assegurar eficácia e eficiência das urnas eletrônicas e reafirmar que o país detém o mais moderno mecanismo de consulta eleitoral, com dispositivos que oferecem respostas imediatas sobre a ação do eleitor no dia da votação, número de eleitores por seção, horários entre outros dados que os documentos da urna contêm e são disponibilizados publicamente.
Há problema quanto ao elevado índice de abstenção em todo o país e, em algumas cidades, como no caso de São Paulo, o mais alto, e de Manaus, cabe a todos que estão envolvidos no processo eleitoral – instituições, partidos, parlamentares e sociedade – avaliar a resposta dos eleitores e estudar maneiras de tornar o exercício eleitoral atraente ao ponto de o eleitor desejar dele participar.
A justiça eleitoral brasileira tem muito a avançar e a corrigir. No que diz respeito a fiscalização dos crimes eleitorais é preciso ser mais ágil e punir os responsáveis. A justiça eleitoral precisa funcionar e demonstrar os limites, casos contrário, os criminosos eleitorais continuarão por entenderem que dispõem de vasto dispositivos para executarem seus atos e seguirem impunes.
No geral, as eleições deste ano tiveram um bom movimento, sem tumultos mais graves quando comparados com os atos ocorridos nas campanhas eleitorais e nos debates provocados pelos próprios candidatos na tentativa de conquistar votos. Cada eleição é exercício de democracia e da própria sobrevivência dela que depende da interdependência dos poderes, dos eleitores e dos cidadãos e dos não cidadãos. É nesse todo que o regime democrático avança ou retrocede e sempre será um campo de tensão entre os interesses em disputa. Saber qual é o interesse maior, o que contempla os direitos da maioria da população, é a busca permanente que exige observar, levantar informações, compreender e agir. A urna eletrônica cumpre a sua parte.