O relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO), indica que aproximadamente 757 milhões de pessoas, ou 9,4% da população mundial, conviveram com a fome, no ano de 2023
(Foto: Agência Brasil)
Até ontem (18), 82 países e 52 organizações, no total 148 membros aderiram à proposta de construção da aliança global contra a fome e a pobreza. A proposta, formulada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, é um dos resultados da Cúpula do G20 que acontece até hoje (19) no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil.
Em paralelo ao G20 oficial, o Brasil inaugurou o G20 Social que aconteceu de 14 a 16 de novembro, com 271 atividades. A declaração final do G20 Social tem quatro páginas que reafirma a necessidade de os líderes globais firmarem compromissos quanto ao combate à fome, a pobreza e à desigualdade; pela sustentabilidade, na tomada de posição em relação a mudança do clima e pela transição justa; e na reforma da governança global. O documento já está nas mãos do presidente Lula que presidente o G20 pela primeira vez realizado no Brasil.
O relatório de Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2024, da Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO), indica que aproximadamente 757 milhões de pessoas, ou 9,4% da população mundial, conviveram com a fome, no ano de 2023. Na África, continente identificado pelos organismos internacionais como o mais pobre do mundo, 20,4% da população (300 milhões de pessoas) viveram em situação de fome; na Ásia, 8,1% (385 milhões); na América Latina, 6,2% (40 milhões de pessoas); e na Oceania, 7,3% da população (3 milhões).
A subnutrição, de acordo com a projeção da FAO, atingirá 582 milhões de pessoas 2030. A insegurança alimentar afeta diretamente as mulheres na comparação com os homens. No Brasil, são 2,5 milhões de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza deverá atender a 500 milhões de pessoas, por meio de programas de transferência de renda e sistemas de proteção social em países de baixa e média baixa renda até 2030, de acordo com informações da Agência Brasil.
O pacto liderado pelo governo brasileiro ocorre em um momento que todos os indicadores socioeconômicos das diferentes regiões do mundo apontam retrocesso na política de combate à fome, à desnutrição e à pobreza. O investimento em aquisição de equipamentos bélicos cresceu e no setor social diminuiu ao mesmo tempo que a abertura dos postos de trabalho não aconteceu no ritmo capaz de atenuar a miséria.