EDITORIAL

A política precisa de encanto

Desencantar a política é parte de um plano amplo para na onda do desencanto enlarguecer o espaço de ocupação por outros que fazem do exercício político-partidário um tipo de mercadoria

Editorial AC
Jornal A Crítica
14/09/2024 às 09:58.
Atualizado em 14/09/2024 às 09:58

Desencantar a política é parte de um plano amplo para na onda do desencanto enlarguecer o espaço de ocupação por outros que fazem do exercício político-partidário e de representação nos poderes legislativo e executivo um tipo de mercadoria. 

Enquanto parcela expressiva da população se autodeclara afastada da política por “ser politicagem” e por entender que não tem mais jeito de superar o quadro de descrédito, uma pequena parcela se apropria dela e a faz funcionar quase como empresa privada.

A estratégia tem funcionado, práticas políticas que atentam contra os direitos dos cidadãos seguem em nível elevado, por exemplo, nas casas legislativas (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais) onde projetos que sequer deveriam ser recepcionadas pelas comissões de Constituição e Justiça estão sob a senha para irem à votação em plenário.  São moedas de troca na disputa de cargos e de verbas. 

A representatividade dos eleitos para além da quantidade de votos recebidos esgota-se a partir da posse ao cargo. A tática de distanciamento é posta em prática ao mesmo tempo que os grupos mais específicos passam a ser de fato o vínculo mais forte dos outorgados com mandatos. Os eleitores, as comunidades, os mais vulneráveis, a sociedade são deixados em segundo plano ou esquecidos até a próxima eleição quando arrebanhar votos é questão de vida e morte na batalha por mandatos.

No Amazonas, as cidades e as pessoas que nela habitam estão em condições precárias não como frase de efeito e sim a realidade exposta. Falta assistência à saúde, o acesso à escola e ampliar a qualidade da educação, fomento a cultura e segurança pública. Falta perspectiva para os jovens e ambiente inclusivo aos idosos.  É como se o estado tivesse sido paralisado em determinado tempo e não saiba como sair dele.

Um pequeno segmento consegue ter êxito nos negócios, ampliar a riqueza que detêm diante de pessoas em condição de miséria. Não é normal e não pode permanecer assim. A política é um dos espaços fundamentais para mudar esse quadro. Por meio do voto livre, eleitores têm a chance de se manifestar e dizer o que quer para a cidade onde vive ao eleger vereadores e prefeitos. Se esses, hoje candidatos,  agem para promover o  privado ou se  sentem comprometidos em fazer da atividade política um serviço ao bem público.

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