"Considero muito positivo e muito bem-vindo um fenômeno marcante dos dias presentes, que é o florescer de entidades culturais em nossa Manaus e no nosso Amazonas."
(Foto: Arquivo A CRÍTICA)
Como todos sabem sou membro da Academia Amazonense de Letras (AAL) e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), o que foi tem sido uma grande benção de Deus, revelado pelo Senhor Jesus, a quem sirvo. Ambas as instituições já romperam a marca dos 100 anos (o IGHA é de 1917 e a AAL é de 1918) e possuíram – e possuem em seus quadros - homens e mulheres de muito valor, que inestimável contributo deram e dão à nossa cultura e ao nosso processo histórico.
Daí por diante fui admitido em várias instituições do gênero em nosso estado e em nosso país, o que muito me honra, edifica e alegra. Não falo isso para jactar-me. Falo para frisar que, em todas elas, tenho a oportunidade de conviver com pessoas incríveis, talentosas e donas, sobretudo, de muita luz. Tenho a chance preciosa de aprender e com elas, também, trocar conhecimentos, experiências enriquecedoras, descobrir o mundo além de mim, navegando encantado entre o erudito e o popular, entre as mais diversas e belas formas de expressão da alma humana, que só a cultura, a verdadeira cultura, entendida dessa maneira abrangente, pode proporcionar.
Considero muito positivo e muito bem-vindo um fenômeno marcante dos dias presentes, que é o florescer de entidades (associações, clubes e academias) culturais em nossa Manaus e no nosso Amazonas, o que é um alento para quem vive, como nós brasileiros, envolvidos diariamente por notícias negativas nas mais variadas plataformas de comunicação, algo, mesmo, tóxico. Para mim é como se estivessem sendo abertos, pelo espírito de tantas pessoas uma janela de esperança em dias melhores, posto que só aquilo que transcende à realidade e que vem direto do coração pode nos fazer crescer. Aliás, o poeta português Antônio Gedeão já dizia que “os sonhos comandam a vida e que toda vez que o homem sonha, o mundo pulsa e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança”. É lindo ver como todos, por aqui, estão sonhando e compartilhando seus sonhos conosco, sobretudo no segmento literário.
Lamento muito quando alguém se arvora em árbitro do que é bom ou ruim, do que é arte superior ou inferior, boa ou má literatura, requintado ou tosco, evoluído ou involuído, criando uma espécie de hierarquia entre “culturas”, posto que, em termos de cultura, o que existe são manifestações diferentes do gênio humano, cada uma delas possuindo seu valor e merecendo espaço e respeito em todas as estratificações sociais. Evidentemente que tal entendimento não suprime o direito de crítica artística, mas há críticos e críticos...Uns construtivos que, como bons educadores, sugerem aperfeiçoamentos; outros destrutivos, que se comprazem em apontar os defeitos alheios. Os primeiros devem ser ouvidos; os segundos ignorados.
Parabéns. Continuem decolando. A sociedade agradece.