MEIO AMBIENTE

Voluntários se reúnem para ação de limpeza no Igarapé do Gigante

Ação social ocorre pelo terceiro ano seguido na cidade de Manaus com apoio da empresa Whirpool

Lucas dos Santos
online@acritica.com
20/07/2024 às 15:51.
Atualizado em 22/07/2024 às 19:35

Fotos: Nilton Ricardo

Trinta voluntários reuniram-se na manhã deste sábado (20) para uma ação social de limpeza no entorno do igarapé Tarumã-Açu e no curso do Igarapé do Gigante, um dos últimos que não foi aterrado para construções urbanas na cidade de Manaus. O grupo se encontrou por volta das 9h30 na Marina do Davi, bairro Ponta Negra, zona Oeste da capital.

A iniciativa é realizada pelo Instituto Consulado da Mulher, ação social da empresa Whirpool focada em apoiar o empreendedorismo feminino, em parceria com o projeto Remada Ambiental. Segundo a diretora da instituição, Adriana Carvalho, o objetivo da ação é “realmente recolher o lixo gerado por toda a sociedade e apoiar a revitalização [do igarapé] através de menos [descarte de] lixo e esse lixo ser enviado para um descarte correto”.

“A gente está há três anos nessa ação, está com a Remada. Eu sou de São Paulo e estou aqui pela primeira vez. Eu entendo que o lixo vem do pessoal que vem aqui na praia, que joga as garrafas. Toda vez que o descarte não é feito corretamente, ele termina nos igarapés. Então a gente tem que tirar, mas a gente também tem que conscientizar”, disse.

Voluntária pela primeira vez, a colaboradora Joice Quincá destaca a importância da ação para o meio ambiente e atribui o aumento da poluição a “essa expansão meio que desordenada” da cidade de Manaus.

“As pessoas montam ali esses empreendimentos em torno dos rios e não tem uma gestão bem feita. Então elas chegam nesses locais, começam a praticar as atividades delas e o que elas geram [em resíduos] não conseguem fazer uma boa gestão, até muitas vezes por ignorância, outras vezes por não ter um suporte dos governantes, do poder público”, destacou.

Joice relembrou que a capital amazonense é carente na quantidade Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), locais de coleta estabelecidos em pontos estratégicos para depósito, transporte e destinação de resíduos sólidos. Questionada pela reportagem de A CRÍTICA sobre o que poderia ser feito para melhorar essa questão, a voluntária apontou na direção da educação ambiental.

“A gente não vê isso nas escolas. É uma disciplina que, para mim, deveria ter como obrigatoriedade dentro das escolas. Porque se você educa dentro das escolas e traz essa dinâmica, essa sensibilidade, porque eu não vejo muito como uma consciência, sim como uma sensibilidade, para as pessoas entenderem a importância, assim como é a segurança, assim como elas entendem a importância de usar um cinto de segurança dentro do carro, elas deveriam ter essa mesma consciência para o meio ambiente”, disse.

A colaboradora Alice Perdiz participa da ação pela segunda vez que destaca a importância da iniciativa para a educação pessoal das pessoas, para que elas entendam “a destinação correta dos lixos, pararem de jogar em qualquer lugar”.

“Eu acho que primeiro ponto é partir da própria pessoa ter essa conscientização e não gerar um resíduo. E a questão do evento é você conscientizar as pessoas que, infelizmente, a gente não tem uma cultura ainda da forma adequada, então a gente tem que limpar e as pessoas deveriam contribuir. Quem sabe se mais pessoas fizessem esse tipo de ação, elas já entenderiam a importância de não fugir”, concluiu.

Mais ações

Essa não é a primeira vez que a ação social da Whirpool participa de um mutirão de limpeza. Em outubro de 2022, foram coletados 300 kg de lixo. Em julho do ano passado, contando com a presença de 160 voluntários ao lado de outras duas empresas, foram retirados 1.440 kg de lixo das águas.

Resistência

O Igarapé do Gigante é um rio que nasce em uma zona de mata nos arredores do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e corta mais de 7km de extensão ao longo dos bairros da Redenção, Planalto, Parque Mosaico, Lírio do Vale e Ponta Negra, todos na zona Oeste de Manaus, até desaguar no igarapé Tarumã-Açu, afluente do rio Negro.

Em fevereiro, uma parceria firmada entre o coletivo Todos Pelo Gigante e instituições públicas e privadas viabilizou a criação do projeto Sistema Integrado de Inteligência, Proteção e Monitoramento da Bacia Hidrográfica do Gigante. Segundo o coordenador do coletivo, Gilberto Ribeiro, o movimento era uma parceria com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para preservar o igarapé.

“Como ativista estamos lutando pela vida desse igarapé há mais de dez anos. Fizemos algumas ações de arborização de área degradada. Ano passado fizemos um curso de cidadania ambiental, em parceria com o Iames (Instituto Amazônia de Ensino Superior) e no final elaboramos quatro projetos para o Igarapé do Gigante e o Ipaam nos chamou e entramos nesse barco para tentar salvar esse igarapé”, disse

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