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Trabalhadores do transporte coletivo de Manaus fazem paralisação no dia do pagamento do salário

A manifestação foi suspensa após confirmação do pagamento ser feito pelo prefeito em exercício Renato Júnior

Emile de Souza
online@acritica.com
08/01/2025 às 17:40.
Atualizado em 08/01/2025 às 17:40

Paralisação de 100 ônibus do transporte coletivo foi realizada na tarde desta quarta-feira (8) (Foto: Jeiza Russo)

Uma paralisação de 100 ônibus do transporte coletivo foi realizada na tarde desta quarta-feira (8), por volta das 15h, nas proximidades do Terminal 1 (T1), para pressionar o pagamento do salário e do vale-alimentação dos trabalhadores rodoviários. Os protestos se encerram após confirmação de que o pagamento será feito até amanhã.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário e Urbano Coletivo de Manaus, Josenildo Silva, informou que a categoria suspendeu o protesto após a confirmação do pagamento pelo prefeito em exercício, Renato Júnior.

“A categoria cruzou os braços hoje em protesto por 20 minutos devido ao vencimento do mês, já que hoje é dia 8 e não há resposta sobre o pagamento do salário, do ticket alimentação, vale-lanche e cesta básica. No final do mês, os trabalhadores ficam aflitos sem saber se receberão. Quando chegou às 14h e nada foi pago, decidimos parar e viemos para cá conversar com os colegas”, disse Josenildo.

Quando questionado sobre o atraso no pagamento, o sindicalista esclareceu que hoje é oficialmente o quinto dia útil, data prevista para o pagamento. Josenildo também explicou que, após o protesto, recebeu um telefonema do prefeito em exercício, Renato Júnior, informando que o pagamento será realizado. Renato Júnior está substituindo David Almeida durante seu recesso.

Em uma entrevista no dia 3 de janeiro, o prefeito David Almeida destacou que uma das marcas de sua gestão foi a ausência de greves (paralisações por período mais longo), mas ressaltou que essa foi uma das dificuldades enfrentadas pela cidade devido aos custos elevados com os subsídios repassados ao sistema de bilhetagem, que chegaram a R$ 520 milhões no ano passado. 

“Não deixamos ocorrer nenhuma greve no transporte coletivo durante os quatro anos de nossa gestão, mas isso teve um custo muito alto para a prefeitura. Precisamos reduzir esses custos em 10% ou 20%”, afirmou David Almeida.

De acordo com o sindicalista Josenildo, não houve nenhuma reunião prévia com o prefeito para tratar do pagamento, “Não houve reunião, foi uma ação direta dos trabalhadores. Eles ficaram parados ali perto do T1 e foram se aproximando para cobrar uma resposta sobre o pagamento”, explicou. 

Quando questionado sobre a frequência de protestos e paralisações na data de pagamento, Josenildo afirmou que o protesto foi uma iniciativa dos próprios trabalhadores: “O protesto foi organizado pelos trabalhadores. Quando chegamos ao local, já tinha falado com o presidente interino do IMMU, que me deu uma resposta imediata, garantindo que o pagamento será efetuado entre hoje e amanhã.”

Em anos anteriores, os líderes do sindicato dos rodoviários já foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por impedirem a circulação de ônibus em Manaus (AM), não observando a Lei de Greve e descumprindo ordem da Justiça do Trabalho. A denúncia, apresentada à Justiça Federal, indica três paralisações de ônibus na capital amazonense em 2016 e outras quatro em 2017 em desacordo com o determinado pela Justiça do Trabalho. O MPF apontou que em algumas das paralisações realizadas envolviam 100% do quantitativo de frotas e outras eram consideradas abusivas. 

A reportagem entrou em contato com o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), que é responsável pelas negociações com os trabalhadores, mas até o momento não obteve retorno.

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