VIOLÊNCIA

‘Queria que acabasse’, diz mulher que pulou no rio para fugir das agressões do marido

A universitária Glenda Oliveira, 25, acusa o médico Gustavo Machado de tê-la agredido com socos dentro de uma voadeira. Após se jogar nas águas ela foi resgatada e agredida novamente

Amanda Guimarães
18/03/2019 às 12:05.
Atualizado em 11/03/2022 às 11:09

(A mulher conta que foi agredida durante cerca de 30 minutos pelo companheiro com quem tem uma filha de 3 anos (Foto: Reprodução Facebook))

Abalada e ainda sem acreditar no que aconteceu, a universitária Glenda Oliveira, de 25 anos, afirmou que implorou para que o marido, o médico Gustavo Machado, parasse de batê-la na tarde do último sábado (16), em Manaus. A mulher diz ter se jogado nas águas do Rio Negro para fugir das agressões cometidas pelo companheiro, que duraram 30 minutos. Tudo começou, segundo ela, após o esposo alegar que ela estaria dando em cima de um amigo dele. 

Com a voz embargada e se emocionando muito durante a entrevista, a universitária contou que estava com o marido em uma festa no último sábado (16), no flutuante Nativos, no bairro Tarumã-Açu, na orla oeste de Manaus. O médico teria começado a surtar por ciúmes e pedido um transporte para que os dois conseguissem sair do local.

"Fomos para uma festa de um amigo dele que também é médico. Bebemos muito, ele mais ainda. Do nada, ele começou a surtar achando que eu estava dando em cima de um amigo dele. Ele chamou uma voadeira, me colocou dentro e começou a me xingar de puta e desgraçada. Fiquei desesperada e ele começou a me agredir com socos no rosto. Pedi por favor que ele parasse de me bater, mesmo sabendo que não tinha feito nada de errado", relatou.

Ainda na pequena embarcação, no meio do Rio Negro, a universitária conta, que após intensos socos do marido precisou se jogar no rio para se salvar. "Ele me bateu muito. Estava me sentindo muito mal e queria morrer naquele momento. Me joguei no rio porque queria que aquilo acabasse. Eu não lembro muito bem, mas acho que foi o rapaz da voadeira que me tirou. Mesmo machucada corri atrás do Gustavo e pedi desculpa mais uma vez", explicou a mulher.

A universitária conta que voltou para Manaus com o companheiro, no entanto, as agressões não pararam. Enquanto ele dirigia, a agredia mais ainda. "Quando corri atrás dele lembrei da nossa filha e entramos no carro. Durante o percurso todo, ele foi me agredindo e me chamando de muitas coisas. Disse que iria me deixar na casa da minha mãe", lembrou.

Chegando na casa da mãe de Glenda, Gustavo teria jogado a mulher na calçada do imóvel muito ferida. A vítima foi conduzida ao Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, mas já foi liberada. "Ele chamou a minha mãe, disse que tinha trazido a vagabunda para ela e me jogou na calçada. Depois fui ao 28 de Agosto porque estava com muitas dores de cabeça e ficando inconsciente. Eu também fui no Instituto Médico Legal para fazer o exame de corpo e delito", explicou.

'Ele me chamava de lerda e burra'

Questionada se foi a primeira agressão cometida pelo marido, Glenda alegou que quando discutia com Gustavo ele sempre a agredia com palavras. "Quando a gente brigava, ele sempre me chamava de lerda e burra, mas nunca imaginaria que ele chegaria a fazer isso", lamentou, a mulher.

Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) sobre o caso. Nesta segunda (18), acompanhada dos familiares, Glenda volta a unidade de polícia para prestar depoimento sobre a agressão. "Desde que aconteceu a agressão, não tenho notícias sobre ele (Gustavo). Todos o estão procurando, mas até agora nada", disse a universitária. Glenda e Gustavo estão juntos há cerca de quatro anos e têm uma filha de 3 anos.

Denúncia nas redes sociais

A universitária contou sobre a agressão sofrida na própria página dela no Facebook. Na publicação, a mulher lamenta ter se dedicado tanto ao marido e ele acabar fazendo isso com ela.

"Fui uma mulher dedicada todos que me conhecem sabem o quanto eu me dedicava a minha família meus amigos da faculdade, familiares. Por conta de puta e bebida ontem fui a vítima, fui jogada na calçada como um lixo! Fui espancada por um homem que amava tanto. Todos sabem o quanto eu o amava e lutei pela minha família. Estou sem chão, minha vida simplesmente acabou!!! Dr. Gustavo Machado olha o que você fez comigo, você me destruiu e todos vão saber quem realmente você é!!! (sic)", afirmou.

A postagem de Glenda até as 8h30 de hoje tinha mais de 13 mil curtidas e mais de 3 compartilhamentos. Muitas pessoas também deixaram mensagens de apoio para ela.

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