Participantes temem problemas no chamamento após pedidos de suspensão do certame pelo MPAM
(Foto: Emile de Souza)
O concurso público da Câmara Municipal de Manaus (CMM) acontece neste domingo (16), com as provas para nível superior realizadas pela manhã. Apesar do início do certame, os cerca de 20 mil inscritos demonstraram preocupação após o Ministério Público do Amazonas (MPAM) ter movido uma ação para suspender o concurso às vésperas da aplicação das provas.
As provas serão aplicadas em dois turnos. Pela manhã, os portões foram abertos às 7h e fechados às 7h45 para os candidatos aos cargos de nível superior. Já os inscritos para cargos de nível médio farão as provas à tarde, com abertura dos portões às 13h.
Manassés Alves, 38 anos, um dos participantes, destacou sua apreensão com os possíveis desdobramentos. “Esperamos que o concurso não seja anulado. Espero que tudo corra bem e que as oportunidades sejam mantidas. Sabemos que houve problemas com o Ministério Público, mas a prova foi mantida, e seguimos confiantes”, disse.
(Foto: Paulo Bindá / A Crítica)
O certame da CMM enfrentou obstáculos desde o início. Em 2 de setembro, foi suspenso por medida cautelar do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), que apontou indícios de irregularidades na organização. Além disso, questões sobre transparência no chamamento dos aprovados trazem à tona o histórico do último concurso da Câmara, realizado em 2003, marcado por dúvidas e controvérsias.
Na última semana, em 11 de novembro, o MPAM ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) para suspender novamente o concurso, alegando a ausência de cotas raciais no edital. No entanto, a desembargadora Onilza Abreu Gerth, do Tribunal de Justiça do Amazonas, decidiu pela continuidade do certame, permitindo a aplicação das provas.
Carlos Diamantino, dentista e candidato, relatou como as incertezas afetaram sua preparação. “Fiz uma preparação básica, com revisões e o que já sabia. Mas a alteração no calendário atrapalhou meu planejamento. Ainda fico receoso de que o concurso seja anulado. Além disso, há convocação de candidatos do concurso anterior, o que aumenta nossa insegurança”, afirmou.
(Foto: Paulo Bindá/ A Crítica)
O concurso segue seu curso, mas as incertezas em torno do chamamento final dos aprovados e a desconfiança em relação ao processo continuam a preocupar os participantes.