Cultura

Produtores e artistas avaliam como positiva a recriação do Ministério da Cultura

Produtores culturais de Manaus ouvidos por A CRÍTICA avaliaram como positiva a recriação do Ministério da Cultura (MinC)

Waldick Junior
online@acritica.com
13/12/2022 às 20:10.
Atualizado em 13/12/2022 às 20:10

(Foto: Divulgação)

Produtores culturais de Manaus ouvidos por A CRÍTICA avaliaram como positiva a recriação do Ministério da Cultura (MinC) no próximo governo e a indicação da cantora Margareth Menezes para chefiar a pasta. O convite partiu do próprio presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e foi oficializado pela artista por meio das redes sociais na tarde desta terça-feira (13).

Criador e diretor da associação cultural Casarão de Ideias, João Fernandes diz que a maior felicidade dos artistas é a volta do Ministério da Cultura como parte da estrutura do governo federal. “Um ministério fica dentro das mesas de discussão maiores. É claro que amplia os orçamentos, possibilita mais recursos, mas é importante que a cultura tenha um destaque tão necessário dentro de qualquer governo. Quando você coloca a cultura como secretaria, você tira uma dinâmica de fortalecimento”, comenta.

Em 2019, no início da gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PT), o Ministério da Cultura foi reduzido a Secretaria Especial de Cultura, ligado ao Ministério da Cidadania. Posteriormente, em junho do mesmo ano, a pasta foi transferida para o Ministério do Turismo. Atualmente, a secretaria é chefiada pelo policial militar e ex-subsecretário de Fomento da pasta, André Porciúncula, nomeado na semana passada. Antes dele, o titular mais longevo da pasta foi o ator Mario Frias.

“Particularmente não conheço a Margareth como gestora, geralmente a conhecemos mais como artista, mas sabemos que ela é uma mulher com sensibilidade e vai compor uma grande equipe para fortalecer e reconstruir, porque, na verdade, é uma reconstrução do que se perdeu. Nós aqui do Norte estamos à disposição para colaborar, construir, planejar”, ressalta.

Produtora cultural e gestora da Casa de Artes Trilhares, Rafaela Margarido lembra que o setor é responsável por gerar renda e garantir empregos à parte da população, o que demonstra a importância do Ministério da Cultura. “O retorno da pasta é uma vitória para artistas e agentes culturais. Com certeza será um tempo de retomada da valorização da diversidade cultural no país e de retorno dos investimentos. O setor cultural produz milhares de empregos e gera muita renda, e os incentivos destinados a essa cultura são de extrema necessidade para que isso aconteça”, afirma.

Segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), o setor de cultura e entretenimento representa 6,2 milhões de pessoas, somando empregadores, empregados e microempreendedores individuais.

O mercado tem faturamento de R$ 334,2 bilhões, ou, 4,52% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

“Sobre a Margareth, ela é um nome de peso e de muita representatividade enquanto mulher preta e como alguém que tem uma trajetória super respeitada. Acredito que ela terá de arrumar a casa em um cenário desafiador e terá de ter um tempo para reconstrução”, destaca.

A avaliação de Rafaela vai ao encontro do que ressalta o também produtor cultural Tércio Silva, diretor e produtor do Teatro Buia. Ele integra o Grupo Nacional de Cultura Infância, coletivo formado por artistas, pesquisadores, gestores e produtores, e que teve contato com Margareth Menezes durante a participação da cantora no Grupo Técnico (GT) de transição do novo governo.

“Além de ser uma gestora e produtora cultural, tem um trabalho muito importante de militância. Certamente ela terá uma excelente equipe de assessores. Ela tem um grande desafio pela frente de reestruturação de todo o ministério”, comenta Tércio.

Por fim ele acrescenta que a recriação do Ministério da Cultura é essencial para “fortalecer o diálogo entre os estados e municípios”. Tércio avalia que o setor “caminha a passos curtos” no Amazonas”, mas se mostra otimista para mudanças. “Teremos um respiro. Esses últimos seis anos sem o Ministério da Cultura foram difíceis”, completa.

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