MERCADO IMOBILIÁRIO

Preços de imóveis para venda em Manaus têm aumento de 8,5% nos últimos 12 meses, aponta pesquisa

Segundo levamentamento do Índice FipeZAP+, aumento registrado na capital está acima da média nacional. Centro de Manaus e Ponta Negra foram os locais onde os preços dos imóveis tiveram a maior variação

Michael Douglas
online@acritica.com
28/03/2023 às 20:31.
Atualizado em 28/03/2023 às 20:45

(Foto: Reprodução)

Manaus apresentou um aumento de 8,56% no preço dos imóveis à venda nos últimos 12 meses, estando até mesmo acima da média nacional, de 5,51%. Isso é o que aponta a pesquisa mais recente do Índice FipeZAP+, que mensalmente avalia os valores de locação e compra em várias cidades de todo o país. Só no mês de fevereiro, a valorização dos imóveis levou ao aumento 1,19% nos valores de compra de imóveis. 

De acordo com o economista do DataZAP+, Pedro Tenório, o crescimento de preços de Manaus também ficou acima da média nacional em 2021 - 9,83% contra 5,29%, respectivamente. Para ele, tais dados comprovam que Manaus é uma cidade em que o metro quadrado residencial tem se valorizado mais que a média do restante do Brasil. 

“Em 2020, a pandemia, em conjunto com as baixas taxas de juros, deu início a um processo de forte aquecimento do mercado imobiliário em todo o Brasil. Isso beneficiou particularmente algumas capitais como Vitória, Maceió e Florianópolis. A capital amazonense também entrou num ciclo de valorização após 2020, embora em proporção menor”, afirma o economista. 

A pesquisa aponta que apesar de estar acima da média nacional, Manaus apresentou apenas o nono maior aumento percentual do Brasil nos últimos 12 meses, estando atrás das seguintes cidades: Goiânia (+19,20%); Campo Grande (+13,89%); Vitória (+13,59%); Curitiba (+12,85%); Maceió (+12,46%); Recife (+11,19%); Florianópolis (+10,91%) e João Pessoa (+10,87%). 

O levantamento também mostra os principais bairros de bairros afetados pelo aumento dos valores de imóveis à venda estando o Centro de Manaus em primeiro lugar, com uma variação de preço de 21,7%. Completam este ranking os seguintes bairros: Ponta Negra (17,9%), Dom Pedro (8,8%), Nossa Senhora das Graças (8,5%), Flores (7,3%) e Parque Dez (2,9%). Segundo o economista, tais números não são absolutos e podem mudar já nos próximos levantamentos. 

“É muito difícil prever o comportamento do FipeZAP+ Manaus, porque, apesar da tendência de crescimento, o índice para a cidade tem sido muito volátil. Além disso, os preços residenciais têm acelerado no município, enquanto no Brasil vimos desaceleração nos últimos meses”, afirma. 

Ainda segundo o especialista, é valido ressaltar que imóvel é um ativo de longo prazo, mas para negócios a médio prazo, o momento do mercado é um pouco mais complicado. Isso devido às altas taxas de financiamento imobiliário que encarecem a aquisição para a grande maioria dos compradores que precisam do crédito para a aquisição.  

“Por conta da taxa de juros alta, em geral, não parece ser um bom momento. Por outro lado, também não podemos dizer que é um mau momento, já que em algumas cidades ainda há espaço para valorizações interessantes (ou seja, bons retornos) e há o risco de, na medida em que a taxa de juros diminui, os preços aumentarem, corroendo o ganho da queda dos juros, de modo que a espera por taxas menores perderia o sentido”, ressalta. 

Valores de Fevereiro 

De acordo com o Índice FipeZAP+, os preços de venda de imóveis residenciais registraram alta de 0,38% em fevereiro em 2023, após avanço de 0,30% no mês anterior. Comparativamente, o IGP-M/FGV apurou uma ligeira deflação nos preços da economia brasileira (-0,06%), enquanto a prévia da inflação ao consumidor, dada pelo IPCA-15/IBGE, indicou um incremento mensal de 0,76% nos preços ao consumidor*. Individualmente, 44 das 50 cidades monitoradas pelo índice registraram valorização nominal dos imóveis residenciais à venda no período de referência.  

Entre as 16 capitais incluídas nesse rol, duas não acompanharam o comportamento mensal do índice: Vitória (-1,97%) e Recife (-0,02%). Entre as demais, às variações apuradas podem ser ordenadas da seguinte forma: Campo Grande (+1,83%); Goiânia (+1,52%); João Pessoa (+1,25%); Manaus (+1,19%); Florianópolis (+1,03%); Maceió (+1,02%); Salvador (+0,95%); Belo Horizonte (+0,68%); São Paulo (+0,34%); Porto Alegre (+0,32%); Fortaleza (+0,27%); Rio de Janeiro (+0,17%); Curitiba (+0,16%); e Brasília (+0,15%). 

Balanço do bimestre 

Balanço parcial de 2023: ao final do primeiro bimestre, o Índice FipeZAP+ de Venda Residencial acumulou uma alta de 0,68%, resultado acima da variação acumulada pelo IGP-M/FGV (+0,15%), mas inferior à inflação ao consumidor de 1,29% (considerando o comportamento observado e esperado do IPCA/IBGE*).  

Em termos de abrangência, a alta nominal nos preços residenciais no início de 2023 foi observada em 45 das 50 cidades monitoradas, entre as quais se incluíram 14 das 15 capitais supracitadas: Campo Grande (+3,38%); Goiânia (+2,84%); João Pessoa (+2,40%); Maceió (+2,13%); Florianópolis (+1,92%); Manaus (+1,71%); Salvador (+1,42%); Fortaleza (+1,00%); Belo Horizonte (+0,88%); São Paulo (+0,62%); Recife (+0,49%); Porto Alegre (+0,39%); Rio de Janeiro (+0,28%); Brasília (+0,26%); Curitiba (+0,20%). Em Vitória (ES), os preços de imóveis residenciais colocados à venda registraram um recuo de 4,16% no bimestre.

Assuntos
Compartilhar
Sobre o Portal A Crítica
No Portal A Crítica, você encontra as últimas notícias do Amazonas, colunistas exclusivos, esportes, entretenimento, interior, economia, política, cultura e mais.
Portal A Crítica - Empresa de Jornais Calderaro LTDA.© Copyright 2024Todos direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por