Segundo vizinhos, um dos filhos de Rafaela Pinheiro Silva ainda conseguiu se salvar do incêndio, pulando do segundo andar da casa. Já o menino de 7 anos, ficou com a mãe
O filho da professora de educação física Karina Nunes ajudou a alertar os bombeiros e tentou conter o fogo com vizinhos, mas a tragédia foi inevitável (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)
Três casas foram destruídas e outras cinco ficaram interditadas por causa do incêndio que atingiu o Beco Sucupira na madrugada desta terça-feira (12), em Manaus. Mãe e filho, de 7 anos, morreram juntos no local apontado como origem do fogo.
O cenário na área do bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul, é de destruição. As madeiras das três residências se transformaram em carvão, e muitos dos móveis dos moradores viraram cinzas. O fogo foi notado por vizinhos por volta das 3h30. Foi o filho de Karina Nunes, Caio Vitor, quem percebeu o incêndio e, logo depois, chamou o Corpo de Bombeiros (CBMAM), mas os agentes tiveram dificuldade para acessar a área.
A casa ficou completamente destruída pelas chamas (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)
A casa ficou completamente destruída pelas chamas (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)
A Águas de Manaus informou que uma rede de pequeno porte foi danificada durante o incêndio e que a equipe da concessionária já atua no local para realizar o reparo da tubulação. O técnico em radiologia Irlândio Souza também fez reparos nos encanamentos de sua casa. Ele e outros vizinhos quebraram os registros de água para encher baldes e combater o fogo. A fiação da casa dele ficou parcialmente derretida.
“Eu estava dormindo, só escutei um estouro. Quando saí, o fogo já estava alto. Foi um desespero, um ajudando o outro. O bombeiro demorou a chegar, mas conseguimos fazer um esforço para pelo menos amenizar”, relatou.
O técnico em radiologia Irlândio Souza se uniu a moradores para tentar controlar as chamas, utilizando baldes de água (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)
O técnico em radiologia Irlândio Souza se uniu a moradores para tentar controlar as chamas, utilizando baldes de água (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)
Mãe e filho
O fogo começou na casa de Rafaela Pinheiro Silva. Os vizinhos acreditam que o incêndio tenha sido causado por um problema elétrico, possivelmente um curto-circuito, pois as chamas se originaram no segundo andar da residência, onde não havia cozinha. Rafaela morreu carbonizada junto com o filho, Patrick da Silva Queiroz, de 7 anos.
A Escola Municipal Professora Joelma Silva de Oliveira, onde a criança estudava, emitiu uma nota de pesar informando que as atividades da tarde foram suspensas em luto.
“Provavelmente a causa foi essa, porque começou no segundo andar, onde não tinha cozinha. Estamos deduzindo que foi curto-circuito porque a Rafa não fumava. Ele era uma criança linda. O irmão dele se jogou do segundo andar, mas ele ficou junto com a mãe”, contou Karina Nunes.
Cadastro em programas de assistência
O titular da Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Saullo Vianna, esteve no local e disse que oito famílias foram inicialmente identificadas como atingidas. A pasta já iniciou o cadastro para o auxílio-aluguel e também vai dividir as ações de acordo com a intensidade dos danos sofridos pelas vítimas.
“Para as três famílias que perderam absolutamente tudo, vamos dar uma atenção especial, com apoio em cestas básicas, kits de higiene e limpeza, colchões, geladeiras e ventiladores. As outras cinco famílias, que não tiveram perdas materiais, também serão encaminhadas para receber o auxílio-aluguel”, explicou.