FUMAÇA NO AR

Manaus fica encoberta de fumaça no domingo (21) e cenário de queimadas de 2023 pode se repetir

Reuniões estão sendo feitas com órgãos ambientais para evitar desastres ambientais

Arquipo Góes
online@acritica.com
22/07/2024 às 13:35.
Atualizado em 22/07/2024 às 13:35

(Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

Na manhã de domingo (21), Manaus amanheceu encoberta de fumaça que atingiu diversas zonas da capital, de acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a qualidade do ar em muitos pontos de Manaus ficou alterada, ficando na qualidade ruim/moderada.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta última semana o Amazonas teve mais de 878 focos de queimadas. Apenas na quinta-feira (18) foram 260 registros de foco de calor. 

No momento, 22 municípios do Amazonas já se encontram em situação de emergência devidos as queimadas.  Ainda segundo o Inpe, os municípios de Lábrea e Apuí, são os que mais obtiveram focos de queimada de todo o país. De 01 de Julho até o sábado (20) Lábrea registrou 317 focos de queimadas e Apuí com 314, ao total.

Estratégias para evitar desastre ambiental

Na última quinta-feira (11), a Prefeitura de Manaus realizou uma reunião estratégica de combate às queimadas com representantes de municípios da região metropolitana. O foco da reunião foi o debate de quais medidas podem ser implementadas em conjunto para que o segundo semestre do ano feche com menos registros.

Na reunião membros da Defesa Civil e do Meio Ambiente do município alertaram que o cenário de 2023 de queimadas pode-se repetir neste ano, isso devido a um alerta já emitido sobre uma estiagem severa em 2024. Um dos pontos analisados também foi o baixo orçamento para a pasta do Meio Ambiente que impede uma fiscalização maior pelos municípios.  O secretário de Meio Ambiente de Rio Preto da Eva, Martinelli Gonçalves comentou sobre essa problemática. 

“O orçamento do meio ambiente é uma coisa que praticamente não existe. Há verba para educação, para saúde, mas não tem nada para o meio ambiente, então temos que fazer das tripas coração para tentar mitigar esses danos ambientais”, disse o secretário.

Ação dos Bombeiros

Em 45 dias de atuação, as missões que intensificam o combate aos incêndios no Amazonas já combateram, 1.454 focos. Deste total, 1.381 foram por meio da Operação Aceiro 2024, no interior, e 73 com a Operação Céu Limpo, na capital. As duas missões foram lançadas, no mês de junho, pelo Governo do Estado e são coordenadas pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBMAM).

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Freitas, destaca que as duas operações foram lançadas, de forma antecipada neste ano, em virtude da severa estiagem prevista, que impacta no aumento das ocorrências de incêndio.

“O Governo do Estado fez investimentos em equipamentos e materiais para que nós pudéssemos chegar nesse momento. São 45 dias de missão. As operações Aceiro e Céu Limpo, que já combateram 1.454 focos de incêndio no Amazonas. Cada missão dessa tem o objetivo de dar uma resposta à sociedade”, disse coronel Alexandre Freitas.

2023

No ano passado, o Amazonas passou por uma grave crise ambiental que atingiu diversas partes do estado. A fumaça na época foi gerada pelas queimadas que somaram mais de 20 mil em 2023. 

A qualidade do ar chegou a ser considerada péssima na época. Para o Ibama, o problema foi causado pelos agropecuaristas. Outro problema que também afetou o estado em 2023 foi a seca dos rios. Todos os municípios ficaram em situação de emergência e mais de 600 mil pessoas foram afetadas. Manaus, inclusive, registrou a pior vazante do Rio Negro em mais de 120 anos.

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