Aor e influenciador digital, Luis Navarro, tem sido alvo de diversas críticas nas redes sociais após anunciar o fim do seu casamento com a dançarina Ivi Pizzott
(Foto: Divulgação)
O ator e influenciador digital, Luis Navarro, tem sido alvo de diversas críticas nas redes sociais após anunciar o fim do seu casamento com a dançarina Ivi Pizzott. Durante sete anos de relacionamento, o casal teve duas filhas, uma de quatro anos e outra de apenas quatro meses.
Em seu texto publicado na rede social, Navarro reclama que não conseguiu mais cumprir todos os papeis da sua vida e não ter mais tempo para ler um livro, por exemplo.
Esta publicação, já excluída do Instagram, ele afirmava: "ser pai, marido, artista e ser um dos alicerces de uma família preta não é para poucos, meu espírito sucumbiu, enfraqueceu, e peço perdão para todas as pessoas que desapontei. Talvez seja um erro essa decisão, mas estou sendo verdadeiro", relatou.
"Não lembro a última vez que fiquei sozinho para refletir, que li um livro ou que me olhei no espelho e me orgulhasse de mim. Preciso me reconectar comigo para poder voltar mais forte. Talvez seja tarde, mas tudo bem. Deus sabe de todsa as coisas", concluiu o ator.
Repercussão negativa
Nas redes soicis, a repercussão do post foi bastante negativa para o ator. Os seguidores não gostaram da atitude de Navarro deixar a esposa que ainda está no período do puerpério - pouco tempo após dar a luz - para motivos como "ler um livro" ou "ficar sozinho para refletir".
A reportagem de A CRÍTICA ouviu mães solo de Manaus que tiveram que sobreviver as adversidades para conseguir cuidar dos filhos.
Para a relações públicas, Tayara Wanderley, de 29 anos, mãe da Manuela de 3 anos, essa escolha do ator foi irresponsável pois não pensou nos cuidados das filhas.
"A paternidade sempre foi escolha e os pais sabem que as mães nunca irão deixar os filhos passarem necessidade, por isso fazem o que querem. Pensam em si, antes de pensar no filho, porquê cabe às mães pensar nos filhos. Pensar na mãe, então, nem se cogita. Ser pai é amar o filho, mas não cuidar, não abrir mão. É cuidar da sua rotina [...] O caso desse rapaz é ridículo e ainda forjado de um discurso de respeito. Amar e respeitar um filho vai muito além de postar frases bonitas.", destacou Wanderley.
A profissional de comunicação, que cuida da filha sozinha desde a gestação, fala que essa realidade é muito comum atualmente. Segundo Wanderley, a justiça brasileira ajuda a fomentar essa realidade.
"É muito comum ver mães solos que estão casadas. Decidem tudo sobre a vida do filho, conhecem professores, amigos, aos pais, quando muito, cabe o pagamento, ajudam, participam até, mas poucas vezes, criam, educam e fazem parte da vida das crias como as mães. É triste e a justiça inclusive é grande responsável por isso, no dia que a pensão de uma criança for 50% dos gastos da criança ou 50% das responsabilidades, vai ter muito cara usando mais camisinha e até fazendo vasectomia. Mas enquanto for 30% dos gastos e pega quando quer, se quer, caberá às mães, abrir mão da vida para a criança e se der, encaixar a vida dela", acrescentou.
'Aborto' paternal
Outra mãe solo que não aprovou a atitude do ator, foi a amazonense solange Souza, de 56 anos.
(Foto: Junio Matos)
Ela contou à A CRÍTICA que viveu em um casamento por 13 anos. Quando perdeu o movimento das pernas e passou a andar de cadeira de rodas foi deixada pelo marido com duas crianças pequenas.
"Além de uma irresponsabilidade, abandono parental, considero isso como um aborto paterno. A sociedade critica, acusa e criminaliza a mulher quando faz um aborto, mas isso é um aborto paterno. A mulher fica com toda a carga emocional e no caso dessa moça, ela ainda está no puerpério, que é um momento tão especial e delicado na vida de uma mãe", contou Souza.
A mãe de Nayane Souza e Bernardo Souza, que hoje tem respectivamente, 34 e 29 anos, ressaltou que as mães solos são verdadeiras "sobreviventes".
"É muito fácil pro homem ir embora, pois ele sabe que tem a mulher que vai ficar com toda a responsabilidade e carga emocional. Depois, vem a sociedade e chama a mulher de guerreira, mas não somos guerreiras, somos sobreviventes de uma sociedade machista e patriarcal em que em um caso desse de abandono parental não acontece absolutamente nada com o homem", relatou a mãe.