JULGAMENTO

'João Branco' é condenado a mais de 30 anos pela morte do delegado Oscar Cardoso

O narcotraficante vai cumprir a pena em regime fechado pelos crimes homicídio qualificado e associação armada. Os demais réus do caso foram condenados e tiveram penas diferentes

Vitor Gavirati e Rafael Seixas
14/04/2018 às 05:00.
Atualizado em 22/03/2022 às 20:21

(João Branco é um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN). Foto: Arquivo AC)

O narcotraficante João Pinto Carioca, conhecido como "João Branco", foi condenado a 30 anos e dois meses de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio qualificado e associação armada no caso do assassinato do delegado Oscar Cardoso, morto em março de 2014. A sentença foi dada no início da madrugada deste sábado (14) no Fórum Ministro Henoch Reis, na Zona Centro-Sul de Manaus.

Os réus Marcos Roberto Miranda da Silva, o “Marcos Pará”, e Diego Bruno de Souza Moldes foram condenados a 25 anos e 11 meses. O quarto réu, Messias Maia Sodré, foi condenado a 21 anos e quatro meses. Assim como João Branco, todos cumprirão suas penas em regime fechado e pelos crimes de homicídio qualificado e associação armada.

O advogado de defesa Maurício Neville, que no currículo estão as defesas de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes, em 2002, e Luiz Fernando da Costa, Fernandinho Beira-Mar, líder da facção criminosa Comando Vermelho, declarou que vai recorrer da sentença.

O promotor Edinaldo Medeiros, que atuou na acusação, disse que a sentença atendeu as expectativas do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) e comentou o argumento utilizado pela defesa para tentar inocentar os condenados.

“É necessário que se veja todas as possibilidades. Nunca foi desprezado que os projéteis recolhidos na cena do crime partiram de um lote comprado pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. Todavia, essa investigação foi feita e demonstrou que não havia elementos suficientes para apontar qualquer que fosse a participação de um elemento da Segurança Pública nesse crime”, avaliou.

Entenda o caso

O delegado Oscar Cardoso foi assassinado com mais de 18 tiros no dia 9 de março de 2014 em frente à casa dele, na rua Negreiros Ferreira, bairro São Francisco, Zona Sul de Manaus. A vítima estava em via pública, com o neto no colo, um menino que na época tinha 1 ano e seis meses de idade, quando foi surpreendido pelos atiradores, que desceram de vários veículos.

Motivo do crime para a acusação

Segundo a acusação, a motivação do assassinato de Oscar Cardoso seria um suposto envolvimento do delegado no sequestro e estupro da esposa do narcotraficante João Branco, um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN). De acordo com a acusação, João Branco deu a ordem para matar Oscar como vingança pelo o que o delegado teria feito com a esposa dele.

Condenado

Outro réu no caso, Mário Jorge Nobre de Albuquerque, o “Mário Tabatinga”, foi condenado na primeira sessão do julgamento ocorrido em agosto do ano passado. Ele, acusado de fornecer o veículo usado no crime, pegou 5 anos, 6 meses e 15 dias de pena por associação criminosa e ocultação de bem ilícito. Como já tinha ficado preso por três anos, o restante da pena foi colocado em regime aberto.

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