Objetivo é monitorar e preservar o Igarapé do Gigante, que possui 22 nascentes e cruza diversos bairros da zona Oeste de Manaus
Uma das grandes questões do Igarapé do Gigante é a poluição das águas realizada por moradores da periferia (Divulgação)
Ações ambientais buscam preservar o Igarapé do Gigante, cuja nascente está situada na área de mata nas imediações do Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes, bairro Tarumã, na Zona Oeste de Manaus. Uma parceria entre instituições pública, privadas e movimentos ambientais viabilizou o projeto de Sistema Integrado de Inteligência, Proteção e Monitoramento da Bacia Hidrográfica do Gigante, localizado na zona Oeste de Manaus.
O Igarapé do Gigante cruza os bairros: Redenção, Planalto, o complexo imobiliário Parque Mosaico, Lírio do Vale e Ponta Negra, até desaguar no rio Tarumã-Açú tributário do Rio Negro. São cerca de 7 quilômetros desde a nascente até a foz do Igarapé do Gigante. O coordenador do coletivo “Todos pelo Gigante”, Gilberto Ribeiro, explicou que o movimento está em parceria com o Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (Ipaam) pela preservação do igarapé.
Igarapé do Gigante cruza diversos bairros da capital
Gilberto detalhou que uma das grandes questões é a poluição das águas. No próximo dia 24 será realizada uma oficina para o diagnóstico dos principais problemas do Igarapé do Gigante.
A região do Parque Mosaico está no foco das ações. “Fizemos algumas expedições nessa área que é a mais impactada nesse momento, na tentativa que não ocupem as APPs (Áreas de Proteção Permanente) e manter a área preservada, mas é difícil. Já fizemos uma série de denúncia e não dá para abrir mão, agora junto do Ipaam, é um reforço a mais. Agora com esse órgão, acreditamos que teremos mais força para cuidar do igarapé”, pontou.
Para Gilberto o Igarapé do Gigante é considerado importante devido as 22 nascentes e toda extensão que ocupa.
Quatro projetos serão desenvolvidos em parceria com o Ipaam.
Grupo de ativistas ambientais trabalham há mais de dez anos para preservar Igarapé do Gigante, em Manaus
Na última quarta-feira (7) teve o lançamento do projeto do Sistema Integrado de Inteligência, Proteção e Monitoramento da Bacia Hidrográfica do Gigante, por meio de uma parceria entre o Ipaam, Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e diversas entidades públicas, privadas e civis. Segundo o órgão de proteção, a falta de saneamento básico dos bairros leva à contaminação das águas do Gigante por esgoto sanitário sem tratamento.
Serão monitoradas as ampliações de rede e as novas estações de tratamento projetadas pelo programa “Trata Bem Manaus” da Águas de Manaus, parceira do projeto, além dos sistemas já existentes em condomínios e conjuntos residenciais. Os dados apontarão: Indicadores de qualidade do rio e água subterrânea melhorados (IQA); Regularização de atividades licenciadas; Licenças das áreas do entorno; Recuperação de áreas degradadas; Eliminação das lixeiras viciadas; e Preservação das nascentes.
O sistema será coordenado pela gerência de Recursos Hídricos do Ipaam, e funcionará com parceiros institucionais para alinhamento de atividades como a recuperação de áreas degradadas com reflorestamento, revitalização de áreas de lixeiras viciadas no entorno do igarapé, fiscalização das estações de tratamento de efluentes e estações específicas de novos loteamentos e condomínios, para que tenham um efetivo tratamento, contribuindo para a manutenção de uma qualidade que não se tem hoje.
O diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, ressaltou que é a primeira vez que o órgão integrou entidades civis a um projeto da casa.
O gerente de Recursos Hídricos (GERH) do Ipaam, Daniel Nava, enfatiza a relevância do novo Sistema de Monitoramento.
Daniel ressalta ainda que a partir de agora essas comunidades terão seus anseios incorporados ao sistema público de controle ambiental e passam a ser os agentes fiscais do sistema.