Nascida em Eirunepé, a historiadora e professora Gleice Antônia vive em Manaus há 55 anos
'Espero e trabalho para que a população manauara tenha boas condições de vida, com trabalho, educação desde a creche até as universidades para todos, e acesso à saúde' - Gleice Antônia de Oliveira, professora (Foto: Jeiza Russo/A CRÍTICA)
Nome: Gleice Antônia de Oliveira
Nascimento: 18/10/1959
Profissão: Professora
Aniversário marcante: Aniversário de 15 e 50 anos anos em Manaus.
A historiadora e professora Gleice Antônia de Oliveira, nascida em Eirunepé, completou 65 anos de vida em 18 de outubro de 2024. Sua trajetória, marcada pela paixão pela educação, história e luta por direitos, começou em sua cidade natal, mas ganhou forma em Manaus, onde se estabeleceu aos 10 anos junto à sua família, em busca de melhores oportunidades de estudo.
Gleice cresceu e construiu suas raízes na capital amazonense, desenvolvendo uma profunda conexão com os espaços históricos da cidade. Entre seus lugares preferidos estão a região do centro histórico, com o Teatro Amazonas e o Largo de São Sebastião, e a orla, com o mercado municipal. “Toda a orla de onde se vê o rio é o que mais me faz sentir amazônida”, compartilha.
A culinária manauara também tem um lugar especial no coração da historiadora. “Os peixes são a minha predileção, e amo as incontáveis possibilidades de prepará-los”, diz ela, mencionando seu gosto por caldeiradas e assados na brasa, preparações que traduzem a riqueza da gastronomia local.
Ao ser questionada sobre o que daria de presente à cidade de Manaus, Gleice não hesita em apontar o desejo de ver os igarapés da cidade limpos e revitalizados. "Me entristece demais ver os prédios antigos abandonados, muitos desmoronando, quando poderiam e deveriam ser restaurados e utilizados como centros culturais e/ou de memória da cidade. Mas especialmente eu devolveria os igarapés limpos e com vida”, desabafa. Para ela, a degradação desses cursos de água, que foram transformados em esgoto a céu aberto, é um desrespeito com a cidade e com os manauaras.
A memória da pandemia, com a escassez de leitos de UTI em um estado com 62 municípios, ainda ecoa em suas palavras, mas Gleice acredita que é possível construir uma cidade onde as pessoas tenham seus direitos básicos garantidos e a cultura local seja valorizada. “Também seria lindo voltar a ver a nossa cultura valorizada e difundida com o retorno de festivais como o de ópera”, afirma.
Ao longo dos anos, Gleice teve a oportunidade de comemorar muitos aniversários em diferentes cidades onde viveu, como São Paulo, Barcelona, na Espanha, e Brasília, sempre cercada de amigos. No entanto, dois momentos marcaram profundamente sua trajetória: as festas de 15 e 50 anos, ambas em Manaus, com a presença especial de seus pais, já falecidos. “Meus amigos fizeram uma associação com a canção linda de Gal Costa, ‘Meu Nome é Gal’, por conta das iniciais do meu nome. Eu amei, claro!”, relembra, sorrindo.