MANAUS, 355 ANOS

Florence Fleck: o Amor por Manaus e a luta por oportunidades e infraestrutura

A advogada reflete sobre o preconceito que Manaus enfrenta de outros lugares

Lucas Vasconcelos
Especial A Crítica
24/10/2024 às 13:38.
Atualizado em 24/10/2024 às 13:51

'As pessoas pensam que aqui não temos civilização (...) Parte desse preconceito é de quem nunca veio a Manaus e nunca conheceu a cidade' - advogada e diretora da ACA (Foto: Nilton Ricardo/Freelancer)

Nome:  Florence Fleck
Nascimento:  13/10/1994
Profissão:  Advogada
Lembrança de aniversário marcante:  Aniversário de 30 anos em Miami com a família aparecendo de surpresa.

A capital amazonense comemora neste dia 24 de outubro 355 anos de história. Uma cidade em constante crescimento, onde há grandes econômicas e culturais. Uma cidade com grandes oportunidades para aqueles que nasceram nela e para aqueles que resolvem se estabelecer por aqui.

E é com este pensamento que a advogada manauara Florence Fleck, que comemorou 30 anos na segunda semana deste mês, decidiu não abandonar sua cidade natal.

Formada em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fleck possui especialização em Direito Civil e Processo Civil e também mestrado em Direito Tributário. Florence é uma manauara que carrega consigo a paixão e as nuances de sua cidade natal.

“Eu sempre morei em Manaus. A minha família está toda aqui. Acaba que é muito difícil você ir embora quando toda sua vida está aqui”, afirma Florence, que, apesar de já ter tido oportunidades para se mudar, optou por permanecer na cidade. 

“Meu escritório funciona aqui em Manaus e em Fortaleza, mas a família toda está aqui”, garante.

Gastronomia regional 

A culinária manauara tem um espaço especial no coração de Florence. A advogada contou que sempre recebe pedidos de comidas e produtos regionais típicos para amigos que se mudaram de Manaus.

“Minha comida preferida é o tambaqui. Já levei tambaqui e farofa para muitos lugares fora de Manaus. Quem mora fora sente muita saudade do tambaqui e dos peixes regionais”, descreveu Fleck ressaltando que revisitar a gastronomia manauara é uma forma de manter as tradições vivas, mesmo quando se está longe.

Desconhecimento do próprio país

Florence também reflete sobre o preconceito que Manaus enfrenta de outras partes do Brasil. A advogada manauara filha de uma carioca compartilha  a história de sua mãe, que veio do Rio de Janeiro nos anos 70 e enfrentou dificuldades devido aos estereótipos sobre a cidade

“Penso que é falta de conhecimento. As pessoas pensam que aqui não temos civilização. Minha mãe contou que passou dias chorando porque o que ela ouvia é que se ela andasse no meio da rua, não ia ter civilização, não ia ter shopping, não ia ter escola, as pessoas faziam o terror para ela sobre a cidade de Manaus. Mas, assim, é uma cidade como todas as outras. Nós sabemos que Manaus foi a primeira cidade brasileira a ter energia elétrica. Parte desse preconceito é de quem nunca veio a Manaus e nunca conheceu a cidade”, relatou Fleck.

Terra de oportunidades econômicas

Florence Fleck se dedica profissionalmente para atender o setor empresarial de Manaus, em que muitas empresas de outros estados e até do exterior se deslocam para se firmarem no Polo Industrial de Manaus. Para a advogada, a Zona Franca é uma parte essencial de sua atuação profissional, especialmente no Direito Empresarial. A importância de Manaus para o Brasil é inegável, e Florence destaca a Zona Franca como um dos principais trunfos da cidade

(Foto: Nilton Ricardo/Freelancer)

Principais desafios 

Essa realidade, no entanto, contrasta com os desafios que a cidade enfrenta, especialmente em relação à infraestrutura. Para Florence, Manaus ainda está “ilhada” em comparação a outras cidades brasileiras. Fleck ressalta a seca histórica como um dos grandes desafios que Manaus enfrenta, pois afeta os setores econômicos com o desabastecimento de produtos para o comércio local.

“Estamos ilhados. Viajar hoje é muito caro, e as estradas são perigosas. Falo isso como pessoa física. Estradas são muito perigosas, são escuras. Não fomentam o turismo. E por outro lado, quando falamos a nível comercial, temos um grande gargalo. A seca está intensa, o nosso rio está virando terra e não temos para onde ir. Com a cidade ilhada, temos um problema de abastecimento, um problema de comércio”, pontua a mestre em Direito Tributário.

Manaus mais interligada com o país

Em seu aniversário de 355 anos, Manaus não apenas celebra sua história, mas também os sonhos e as esperanças daqueles que, como Florence, buscam uma cidade melhor para todos. Para a advogada, um grande passo importante para o futuro da capital  são as rodovias interestaduais, como é o caso da BR-319.

“Quem vive aqui sabe da realidade. A BR-319 pode trazer tanta qualidade de vida para as pessoas, com preços melhores. Tudo o que você traz de fora é mais caro. Você ter uma estrada estruturada viabilizaria muito. Porque o comércio já chega onerado. Temos clientes em outros estados onde você observa que os custos são muito menores. Os estados são todos interligados.  E como fica o Norte? Chegar em Rondônia é uma luta, chegar em Roraima é outra, para o Pará nem se fala, é impossível. E para o resto do Brasil, nem existe, é um sonho”, declarou a advogada.

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