Empresário condenado por vingar filha está desaparecido; familiares acreditam que ele está morto

A Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (DEOPS) divulgou, na manhã desta segunda-feira (24), a imagem do empresário Waldemarino Fernandez Damasceno, 70, que está desaparecido desde o dia 31 de janeiro de 2021. Damasceno é o pai da universitária Daniele Damasceno, assassinada em 2001, cuja autoria do crime foi assumida pelo hoje pastor Fred Fernandes Júnior.

O ex-advogado de Damasceno, Luís Eduardo Valois, confirmou que, após ter sido condenado a 33 anos de prisão pela morte do técnico agrícola Fred Fernandes, o empresário saiu de Manaus.

Conforme Valois, Damasceno estava morando em uma cidade do nordeste com outra identidade e, em fevereiro de 2021, morreu de Covid, tendo o corpo incinerado com o nome falso.

O boletim sobre o desaparecimento do empresário foi registrado na DEOPS por um dos filhos, Israel Damasceno, no dia 20 deste mês. No boletim, o filho afirma que Damasceno fez uma viagem com sua "atual" companheira há dois anos. Quando ela retornou da viagem, já sem o companheiro vivo, entregou para os filhos uma caixinha com as cinzas, que seriam do corpo de Damasceno, sem o atestado de óbito.

De acordo com a mulher, o atestado saiu com o nome de outra pessoa. Sem nenhuma prova de que o pai está morto, os filhos não conseguem ter acesso à herança deixada por Damasceno.

A reportagem tentou falar com Israel, porém, ele não atendeu ao telefone. De acordo com a nota, a DEOPS solicita que quem souber a localização do desaparecido repasse as informações por meio do número (92) 3667-7713, disque-denúncia da DEOPS, bem como pelo 181, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM).

Caso Fred

O "Caso Fred", como ficou conhecido, começou com o assassinato de Daniele Damasceno, em 2001. Na época, Fred Júnior, namorado da vítima, foi acusado e condenado pelo crime.

No mesmo ano, o pai dele, o técnico agrícola Fred Fernandes da Silva, foi assassinado após uma visita ao filho no presídio.

Fred Fernandes, de acordo com as investigações, foi morto por policiais militares que integravam um grupo de extermínio de dentro dos quartéis. O grupo era comandado pelos coronéis Roosevelt da Conceição e Aroldo Ribeiro e teria sido pago por Damasceno para matar Fred e assim vingar a morte da sua filha Daniele.

Em 28 de novembro de 2013, a 2ª Vara do Tribunal do Júri julgou e condenou a mais de 33 anos de prisão o casal Waldemarino Damasceno e Terezinha de Jesus Oliveira Rocha, pais de Daniele, acusados de serem os mandantes do crime. 

Atualmente, Fred Júnior, depois de ter cumprido a pena, se tornou pastor e prefere não falar mais sobre o caso

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