O dia mais quente do ano, registrado até agora, foi o último dia 6, quando os termômetros alcançaram os 38°C, com sensação térmica e 45ºC
Uma das medidas tomadas pela população, na capital amazonense, para se proteger do sol é o uso sombrinhas (Foto: Paulo Bindá)
A temperatura em Manaus continua subindo. Isso porque em apenas quinze dias, a capital amazonense registrou dias recordes de calor. O dia mais quente do ano, registrado até agora, foi o último dia 6, quando os termômetros alcançaram os 38°C, com sensação térmica que ultrapassou os 45ºC.
Os outros dias de altas temperaturas recordes foram o dia 2, após Manaus registrar 37,8°C e no dia 10, quando a capital voltou a marcar a mesma marca. Antes disso, o dia mais quente do ano havia sido em 25 de agosto, quando a capital atingiu os 37,7°C. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Para a meteorologista da Defesa Civil do Amazonas, Lenízia de Souza, setembro é um dos meses mais quentes do ano no Estado.
Ela acrescenta que o calor deve permanecer nos próximos dias e meses como outubro, novembro, dezembro e até o início de 2024, por conta do fenômeno El Niño, o qual deve retardar o inverno amazônico.
“Outro fator climático é o estabelecimento do El Niño que é um fenômeno atmosférico que acaba por desfavorecer a formação de nuvens de chuva na nossa região. Mas o El Niño vai influenciar somente entre novembro e início de 2024, ou seja, ele pode prolongar nossa estação seca e postergar o início da estação chuvosa”, destacou ainda.
Um dia de chuva
Um dia após os termômetros marcarem 37,8°C, a temperatura na capital teve uma queda e registrou 33,9°C, além de chuva em alguns pontos da capital amazonense. De acordo com a especialista, a chuva foi isolada o que não significa a chegada de período chuvoso.
“A gente espera menor quantidade de chuvas, mas não quer dizer que irá zerar completamente. Nós estamos em uma região tropical, com a maior quantidade de umidade e calor, e isso por si só é um combustível para formar nuvens de chuva. Por mais que tenhamos esses fenômenos citados, há momentos que eles não tem tanta força e acontece as chuvas isoladas que são muito comuns ocorrerem no fim da tarde, são os temporais típicos do verão amazonico”.
Boletim de Monitoramento
O 37º boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Amazônia Ocidental, divulgado nessa sexta-feira, mostrou o comportamento atual dos níveis dos rios.
Na bacia do rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Tapuruquara desceram de forma regular ao longo da semana, contudo os níveis registrados nestas estações estão com cotas abaixo do intervalo das mínimas já registradas para o período. Em Barcelos, o Negro apresentou descidas médias diárias de 18 cm e os níveis registrados estão abaixo da faixa da normalidade para a época.
Atualmente, mais de 20 municípios do Amazonas estão em estado de alerta por conta da seca dos rios (Foto: Divulgação)
Em Manaus, o rio Negro apresentou descidas mais acentuadas nesta semana, e os níveis registrados estão no limite da faixa da normalidade para o período.
A bacia do rio Solimões apresentou descidas regulares no início da semana em Tabatinga. Em Fonte Boa, o rio apresentou recessão média diária de 12 cm. Já em Itapéua, o Solimões desceu com mais intensidade, uma média diária de 30 cm e os níveis registrados nesta estação estão abaixo da faixa da normalidade para a época. Nesta semana, em Manacapuru o rio apresentou descidas mais acentuadas, com média diária de 29 cm e registra cotas no limite da faixa da normalidade para o período.
A bacia do rio Purus, em Beruri, o apresentou recessão média diária de 31 cm nessa semana.
A bacia do rio Madeira, em Humaitá, iniciou a semana com descidas regulares, mas voltou a subir nos registros mais recentes. Os níveis desta calha apresentam valores baixos para o período e ainda abaixo da faixa da normalidade.
Nesta semana, o rio Amazonas apresentou descidas mais acentuadas nas estações do Careiro da Várzea e Itacoatiara. Em Parintins, foi registrada uma recessão média diária de 15 cm.
Tempo seco
Conforme o informativo meteorológico N°36/2023 do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que mostra previsões até o dia 18 de setembro, estão previstos volumes de chuva maiores que 50 milímetros (mm) em áreas do noroeste do Amazonas devido ao calor e a alta umidade. Quanto nas demais áreas da região, haverá predomínio de tempo seco e sem chuvas. Para a semana de 19 a 27 de setembro, o Inmet prevê acumulados maiores que 70 mm no oeste do Amazonas. Para as demais áreas do Estado, não há previsão de chuvas.
Atualmente, cinco municípios do Amazonas estão em situação de emergência para estiagem: Benjamin Constant, São Paulo de Olivença (Calha do Alto Solimões); Envira, Itamarati (Calha do Juruá); e Tefé (Médio Solimões).
Há sete municípios em estado de atenção e 22 cidades em estado de alerta. Vinte e oito municípios estão em normalidade, incluindo a capital, Manaus.
Em Manaus, o rio Negro vem registrando quedas diárias de 28 centímetros e sua a cota, nesta sexta-feira, alcançou 20,31 metros. A meteorologista Lenizia de Souza não descartou a possibilidade de seca severa na capital amazonense.