Homem de 61 anos ia de bicicleta trabalhar, mas morreu atropelado por ônibus, ontem, na av. Djalma Batista. Familiares acreditam na culpa do motorista do 440
(Antônio Simão trabalhava com manutenção de piscinas, era casado e tinha quatro filhos)
“Ele estava bem de saúde, e trabalhava de bicicleta por opção”. Essa é a declaração de uma das filhas do ciclista Antônio Simão de Lima Araújo, de 61 anos, que morreu ontem, quinta (21), na av. Djalma Batista, em Manaus, após ser atropelado por um ônibus. Familiares acreditam que o motorista do coletivo 440 teve culpa, pois poderia ter evitado a tragédia.
“Nós tínhamos dúvida se ele (Antônio) tinha cometido um deslize, mas ficou bem claro que não. Ele ia pela trajetória dele e o ônibus que encostou. O motorista tinha toda a visão”, afirmou a filha do ciclista, Eliane Lima. “Eu dirijo e sei dava para ver que tinha um móvel na frente, e ele passou por esse móvel”.
Tanto Eliane quanto outros parentes de Antônio acreditam na inocência dele na causa do acidente inocência dele na causa do acidente e na culpa do motorista do ônibus. “Ele saiu para trabalhar e estava no direito dele de ir e vir, e acontece uma fatalidade dessa”, lamenta Eliane, uma dos quatro filhos de Antônio, três moças e um rapaz. Antônio era casado.
Profissão
Antônio trabalhava com manutenção e limpeza de piscinas. “Depois de muitos anos ele ainda trabalhava, prestava serviço na casa das pessoas. Morava no Novo Israel, pegava a bicicleta na casa da irmã, na Chapada, e seguia para trabalhar de bike, porque ficava inviável ir de um local para outro de outra maneira. Isso ainda fazia bem à saúde dele”, conta Eliane.
Culpa
Segundo a filha, todos souberam da morte pela imprensa. “Soubemos pelo jornal, umas 11h30, meio dia”. O acidente ocorreu às 8h10, no sentido bairro/Centro da av. Djalma, em frente à loja Art Lustres. Uma câmera de segurança registrou Uma câmera de segurança registrou o momento em que o ônibus 440, da empresa Líder, vem por trás, em velocidade média, e encosta em Antônio.
Câmera de vigilância registrou momento do acidente
Testemunhas disseram à reportagem, ontem, que o ciclista havia perdido o equilíbrio e foi atropelado porque caiu na pista. Entretanto, na imagem da câmera de vigilância não se vê Antônio caindo no chão. O Código Brasileiro de Trânsito estabelece que veículos motorizados devem manter uma distância mínima de 1,5 metro das bicicletas.
Velório
O corpo de Antônio foi velado na Igreja Maranata, na rua Jurema, bairro Da Paz, na Zona Centro-Oeste da cidade, e será enterrado na tarde desta sexta-feira. O local do enterro ainda não foi decidido por familiares. Para familiares é um sofrimento velar o corpo de Antônio com caixão fechado, já que o rosto do ciclista foi desfigurado no atropelamento.
Polícia
O motorista do 440 foi identificado como Robert de Oliveira Mota, 29 anos. Ele foi indiciado em flagrante por homicídio culposo e responderá pelo crime em liberdade, após pagar fiança de R$ 5 mil. O caso foi registrado no 22º Distrito Integrado de Polícia e será encaminhado à Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito (Deat).
As investigações do caso só vão acontecer na semana que vem, quando o inquérito será transferido para o Deat. Para a delegada Sylvia Laurena, do 22º DIP, dá para entender, pelas imagens, que houve imprudência do motorista, mas isso só poderá ser confirmado após o laudo, que será emitido pelo Instituto de Criminalística também na próxima semana.
Protesto
Na noite de ontem (21) vários ciclistas protestaram no vários ciclistas protestaram no mesmo local do acidente pela construção de ciclovias em Manaus e mais respeito aos ciclistas no trânsito. Eles cobraram uma atitude da Prefeitura de Manaus e pintaram bikes de tinta branca. O acidente aconteceu no mês em que a prefeitura promove a campanha Maio Amarelo, sobre trânsito.
Ciclistas durante protesto, ontem, na av. Djalma
Laudo não oficial
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram) e a empresa Auto Ônibus Líder afirmaram, na manhã desta sexta-feira (22), que o motorista Robert de Oliveira Mota, 29, que dirigia o coletivo da linha 440, na av. Djalma Batista, não teve culpa no atropelamento e morte do ciclista Antônio Simão de Lima Araújo.
Conforme o órgão e a empresa, um laudo preliminar e não oficial um laudo preliminar e não oficial foi produzido por um perito da própria empresa Líder, responsável pela linha 440, e foi verificado que o motorista Robert não teve culpa. O laudo do Sinetram não é o oficial. Segundo os órgãos, o motorista Robert “não cometeu nenhuma infração de trânsito” durante o acidente.