Para relembrar os acontecimentos da morte do engenheiro Flávio Rodrigues, o Portal A Crítica preparou um ponto a ponto com as principais reportagens que acompanharam o desenrolar do caso
(Foto: Arquivo/AC)
A morte do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, que teve o corpo encontrado com marcas de facadas no dia 30 de setembro, após ele ter participado de uma festa na casa do filho da primeira-dama de Manaus, um dia antes, completa 30 dias nesta terça-feira (29), envolta a reviravoltas, protestos e prisões temporárias.
Para relembrar os acontecimentos do caso que ficou conhecido em Manaus como “Caso Flávio”, o Portal A Crítica preparou um ponto a ponto com as principais reportagens que acompanharam o desenrolar dessa história.
O corpo do engenheiro foi encontrado em um terreno no Tarumã, na Zona Oeste de Manaus, bairro vizinho de onde fica a casa de Alejandro Valeiko, filho da primeira-dama de Manaus, Elizabeth Valeiko, no condomínio de luxo Passaredo, na Ponta Negra. À época, o Portal A Crítica apurou que a Polícia Civil investigava a hipótese de que Flávio teria sido morto na própria casa onde teria ocorrido a festa, para ser abandonado em outro local.
No mesmo dia em que o corpo de Flávio foi encontrado, familiares do engenheiro disseram suspeitar que o motivo da morte poderia ser queima de arquivo. Segundo eles, Flávio, morto a facadas, teria visto algo que não deveria.
Ainda no dia 30 de setembro, a versão que de que Flávio teria sido sequestrado da casa onde morava Alejandro Valeiko por dois homens encapuzados que teriam supostamente invadido o condomínio foi apresentada por José Evandro Martins de Souza Júnior, em depoimento à polícia. A versão seria contestada mais tarde pela própria Polícia Civil.
O dia seguinte ao início da cobertura do caso por A Crítica marcou um posicionamento do prefeito de Manaus, Arthur Neto, em defesa de seu enteado Alejandro Valeiko. Em uma postagem na sua página no Facebook, Arthur sustentou que Alejandro é dependente químico e que não possui ligação com o homicídio. O chefe do executivo municipal também sustentou a tese de que o condomínio Passaredo teria sido invadido no dia 29.
A versão de que a casa de Alejandro teria sido invadida por homens encapuzados foi prontamente negada pelo setor jurídico do condomínio Passaredo. Em nota, o condomínio informou que Alejandro teria autorizado que alguns convidados fossem até sua residência, porém um desentendimento entre as pessoas teria acontecido, iniciando uma discussão entre eles. Segundo eles, “todos os visitantes foram devidamente registrados dentro dos parâmetros de controle de segurança do condomínio”.
Peritos da Polícia Civil que estiveram na casa de Alejandro identificaram vestígios de sangue no local. Investigadores estiveram na suposta cena do crime no dia 1º para fazer as coletas. Barro encontra em sapato de Alejandro também foi periciado. A amostra seria comparada com o local onde Flávio foi encontrado morto.
Em meio às investigações, um novo vídeo da câmera de segurança na saída do condomínio Passaredo revelou a chegada dos policiais Elizeu da Paz de Sousa e Mayc Parede ao local.
Elielton Magno de Menezes Gomes Júnior, que estava na casa de Alejandro no dia da festa que antecedeu a morte de Flávio foi o primeiro suspeito envolvido no caso a ser preso pela Polícia Civil, no dia 3 de outubro. Ele estava dando entrevista ao apresentador Sikêra Júnior, na sede da TV A Crítica, quando foi detido por policiais civis.
José Edvandro Martins de Souza Júnior, Mayc Vinícius Teixeira Parede e o sargento da Polícia Militar Eliseu da Paz de Souza, que trabalha na equipe de segurança da Prefeitura de Manaus, conhecido como 'Da Paz', foram os alvos dos mandados de prisão que a Polícia Civil cumpriu nos dias 3 e 4 de outubro.
Em depoimento, um agende de portaria do Passaredo disse ter reconhecido “sem nenhum vacilo” o engenheiro Flávio como freqüentador assíduo da residência de Alejandro Valeiko, contradizendo a versão do filho da primeira-dama de que teria conhecido a vítima no dia da festa em sua casa.
Após ter sua prisão temporária decretada e ter conseguido concessão de prisão domiciliar por desembargadora derrubada por outro desembargador, Alejandro Valeiko finalmente se entregou à Polícia no dia 7 de outubro, uma semana após o corpo do engenheiro Flávio Rodrigues ter sido encontrado. Ele foi o último suspeito que estava na casa no dia da festa a ter sido preso.
O lutador de MMA Mayc Vinícius Teixeira Parede assumiu ter matado o engenheiro Flávio Rodrigues, mas não convenceu os investigadores da DEHS. Segundo o delegado Paulo Martins, os depoimentos dos seis envolvidos no crime seriam contraditórios.
A primeira-dama de Manaus Elizabeth Valeiko e sua filha, Paola Valeiko, deram depoimentos à Polícia em dias distintos na DEHS. Paola teria sido uma das primeiras pessoas que foram ao local onde teria acontecido o crime e chegou a limpar o sangue que estava no imóvel.
O depoimento de uma testemunha ouvida pelo Ministério Público teria feito revelações que apontariam novos rumos para o caso. O delegado Paulo Martins disse que as investigações continuam.