Jackson Gama Feitosa foi condenado pelo sequestro e assassinato de três pessoas da mesma família em 1998
(Demora no julgamento possibilitou a Jackson Gama Feitosa ascender na PM (Foto: Euzivaldo Queiroz) )
Faltando menos de oito meses para o crime prescrever, o capitão da Polícia Militar Jackson Gama Feitosa foi condenado ontem a 48 anos de prisão e perda do cargo pelo crime de triplo assassinato do mestre de obras Júlio Smith Barbosa, Charles Smith Barbosa e André Correa Barbosa (pai, filho e sobrinho). Eles foram sequestrados, executados e os corpos jogados num matagal nos fundos do conjunto Tocantins, Zona Centro-Sul de Manaus. O crime, que foi classificado como homicídio duplamente qualificado, ocorreu no dia 4 de junho de 1998.
A justiça, contudo, não decretou o cumprimento imediato da pena, decisão que será contestada pelo Ministério Público. O julgamento foi presidido pelo juiz auxiliar da 2ª Vara do Tribunal do Júri Rafael Raposo. E atraiu estudantes de Direito. Na acusação atuou o promotor de Justiça Ednaldo Medeiros e na defesa do réu o advogado Anielo Aufiero.
De acordo com o promotor de justiça, durante o tempo em que o processo levou para ser julgado muitas coisas aconteceram na vida do capitão Jackson Gama. A principal delas é que ele foi promovido dentro da corporação e passou de praça para o posto de oficial.
Por conta da chacina, Jackson Gama foi preso, excluído dos quadros da polícia, mas acabou retornando por determinação da justiça. Fez curso para oficial com a idade acima do que era permitido para o ingresso nesse tipo de função que era de 29 anos no máximo. Foi aprovado e beneficiado pela lei estadual que ficou conhecida como Lei Jackson Gama, cujo projeto foi apresentado pelo seu colega de farda, o deputado Cabo Maciel (PR).
O atual capitão estudou e formou-se em Direito. Atualmente como capitão desenvolve atividade administrativa na Diretoria de Pessoas Inativas (DPI).
Liminares
De acordo com informações da Polícia Militar, o capitão foi mantido na corporação e demorou em ser julgado pela chacina por força de liminares e recursos concedidos pela justiça. Por três vezes o julgamento foi adiando. Dois por conta dos recursos impetrados pela defesa e o último, que deveria ter acontecido no primeiro semestre deste ano, não ocorreu devido a uma pane no sistema elétrico do Fórum Henoch Reis.
Disparos
Em dezembro de 2015, Jackson Feitosa, comandante da 8ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), durante uma discussão no trânsito, no bairro Compensa, Zona Centro-Oeste de Manaus, atirou no soldado Wedem dos Santos Fernandes, da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai). O soldado sofreu ferimentos nas pernas. O tenente-coronel Hidelberto Santos Barros afirmou que Jackson Gama foi detido administrativamente e estava cumprindo medida disciplinar no Comando de Policiamento Especializado (CPE), Dom Pedro, Zona Centro-Oeste.