Economia

Manaus possui a 3ª mais cara cesta básica do país

Levantamento feito pela FGV nas oito maiores capitais brasileiras mostra que, na cidade, a cesta básica custava R$ R$ 809,60 em setembro

Lucas dos Santos
economia@acritica.com
17/10/2024 às 08:24.
Atualizado em 17/10/2024 às 08:24

(Foto: Agência Brasil)

Pesquisa realizada pela Horum Inteligência de Mercado e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV)  mostra que o preço médio da cesta básica em Manaus cresceu 16% entre os meses de abril e setembro, chegando a R$ 809,60. Em relação ao mês de agosto, houve um crescimento de 2%. A variação fez com que a cesta básica local seja a terceira mais cara do Brasil, atrás apenas da cidade de São Paulo (R$ 934,08) e da do Rio de Janeiro (R$ 1.046,44).

O estudo aponta que  a variação acumulada dos últimos seis meses no valor da cesta básica caiu em quatro das oito capitais estudadas, sendo em Brasília a mais significativa, com 6,7% de redução. Em outras quatro capitais, foram observados aumentos da variação no mesmo período de tempo, incluindo Manaus.

Em abril deste ano, o preço da cesta de alimentos era de R$ 697,93 em Manaus. O valor médio chegou a cair para R$ 679,59 em maio, mas iniciou uma sequência de aumentos a partir do mês de junho, quando chegou em R$ 715,88. O preço manteve sua crescente em julho (R$ 778,02), agosto (R$ 793,91) e setembro (R$ 809,60).

O levantamento indica que o aumento em Manaus foi o segundo maior registado em setembro, perdendo apenas para Curitiba, capital do Paraná, onde o crescimento no valor médio da cesta básica foi de 3,5%.

 O café

 Dos 18 gêneros alimentícios pesquisados, o café em pó e em grãos registrou aumento nas oito maiores capitais brasileiras. Em Manaus, o aumento do produto foi de 3,4%. O maior crescimento entre os itens do consumo básico foi o do feijão, que aumentou 3,8% em setembro. O frango teve o terceiro maior aumento com o valor 1,9% maior do que em agosto, seguido pela farinha de mandioca (1,9%), açúcar (1,5%), manteiga (1,1%) e pelas massas alimentícias secas (0,8%).

O óleo não sofreu variação e manteve os mesmos preços de agosto. Os únicos itens a registrar queda no município foram o leite ultrapasteurizado (UHT), que ficou 0,7% mais barato, e o fubá e farinhas de milho, que caiu 6,5%.

No acumulado de abril a setembro, o café em pó e em grãos aumentou 13,4% em Manaus, seguido pelo frango (11,8%), manteiga (6,5%), óleo (3,4%) e o leite UHT (2%). Os itens foram os que mais subiram de preço nesse período em todas as oito capitais pesquisadas.

A analista Anna Carolina Veiga Fercher, head de Costumer Success e Insights da Neogrid, destacou que o preço do café segue em alta “e novamente registra elevação em sete das oito capitais”.

“A oferta nacional do produto continua baixa em função das variações climáticas que impactaram o cultivo dos grãos e a valorização no mercado internacional. O aumento no preço do leite UHT está relacionado à necessidade de suplementação do gado leiteiro, já que as pastagens estão sendo diretamente afetadas pelas secas. A produção de açúcar também está sofrendo as consequências da seca que prejudica o cultivo da cana-de-açúcar”, disse.

 Cesta ampliada tem menor valor

 Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além dos alimentos, houve aumento no valor médio em seis das oito capitais analisadas, variando entre 1,9% e 3,0%. As cidades que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada continuam a ser o Rio de Janeiro (R$ 2.428,89) e São Paulo (R$ 2.207,17). Salvador e Manaus continuam com os menores valores da cesta ampliada, com R$ 1.693,51 e R$ 1.763,80 respectivamente.

A cesta ampliada, segundo os dados, aumentou 2,1% na capital amazonense entre agosto e setembro. Dos 33 produtos, o creme de leite, detergentes, requeijão, biscoitos, molho de tomate, cerveja e refrigerante registraram elevação no preço em todas as capitais. Em Manaus, o maior aumento foi visto no creme dental: 5,5%.

Segundo a pesquisa, o aumento no valor da cesta básica em setembro vem principalmente do repasse dos custos de produção, seja por insumos nacionais ou importados. O aumento do dólar estimula a exportação e torna a importação mais cara. Esses incrementos recorrentes em categorias importantes afetam especialmente os consumidores de mais baixa renda, que gastam a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.

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