Altas temperaturas e pouca chuva favorecem o aumento de queimadas e acendem o sinal de alerta quanto à saúde
(Foto: Junio Matos)
O verão amazônico já chegou e com ela, altas temperaturas. De acordo com o último boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos próximos dias estão previstos temperaturas que podem ultrapassar 30ºC em toda a região Norte, incluindo o Amazonas, que de acordo com o instituto, pode chegar a 34ºC, na sombra.
O fenômeno, segundo o órgão meteorológico, deve durar entre os meses de julho a outubro. Outra característica dessa época, é a estiagem das chuvas. Ou seja, nesse período há uma redução no volume de chuvas e, consequentemente, elevando a temperatura.
Além disso, no verão amazônico, a umidade do ar é reduzida, deixando-o mais seco. Essa redução acaba favorecendo o aumento de casos de incêndios florestais e diversos problemas respiratórios.
Em entrevista ao A CRÍTICA, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), Coronel Orleilson Ximenes Muniz, ressaltou que estão sendo realizadas ações que visam combater os focos de incêndio no Amazonas, principalmente aqueles localizados no sudeste do Estado.
Questionado se a quantidade de focos de calor registrados no Amazonas é superior à do ano passado, o chefe do CBMAM afirmou que até o dia 18 de julho deste ano, os números são inferiores aos de 2021.
“É importante salientar que esse ano, diferente do ano passado, tivemos uma redução de focos de calor. Ano passado até final de julho tivemos 1.176 focos de calor. E neste ano, até esta data, estamos apenas com 195 focos. Importante frisar que não terminamos o mês de julho, mas isso já mostra uma redução significativa no número de focos de calor”, acrescentou o chefe do CBMAM.
Para o chefe do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil do Estado do Amazonas, Tenente Charlis Barroso, a região sudeste do Amazonas é mais propícia a sofrer com a estiagem.
Em relação aos números de focos de incêndio previstos, Barroso ressaltou que é muito cedo para afirmar se será maior que o ano passado. Porém, de acordo com o monitoramento que o órgão está realizando, acredita que o índice poderá se agravar.
“Hoje, com o que já temos catalogado pelo Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], nesses 20 dias de julho, já temos 310 focos de incêndio. Um aumento expressivo comparado ao mês de junho. Apesar do número baixo, há chances de termos um agravamento no número desses focos de incêndio nos próximos meses e talvez até ultrapassar se compararmos aos meses de outros anos”, alertou.
Assim como no inverno amazônico, os cuidados com a saúde devem ser redobrados, principalmente para aqueles com problemas respiratórios.
(Foto: Junio Matos)
De acordo com o chefe de monitoramento do órgão, o ideal é que sejam evitados exercícios físicos ao ar livre, quando o tempo estiver muito seco.
“Nesse período temos que evitar exercícios em um certo horário do dia. Entre 11h da manhã e 16h, evitar por conta da umidade do ar que vai diminuir e isso vai dificultar a respiração”, orientou.
Charlis Barroso também aconselhou o uso de umidificadores de ar e, para quem não tem o aparelho, há formas alternativas de deixar o ar seco mais úmido. “Outra observação é deixar um ambiente do quarto, da sala, sempre com uma vasilha com água para que possa aumentar a umidade do ar daquele ambiente por conta do calor. Aí, com um pano molhado ou balde com água, e o próprio umidificador é uma ferramenta importante para essa época do ano”, acrescentou.