seca extrema

Vazante desacelera, mas rio Negro deve atingir seca extrema até o fim de setembro

Previsão do Serviço Geológico Brasileiro aponta para continuidade da queda do rio até outubro

Lucas dos Santos
online@acritica.com
24/09/2024 às 18:11.
Atualizado em 24/09/2024 às 18:11

(Foto: Junio Matos)

O ritmo de descida do rio Negro vem diminuindo desde a última sexta-feira (20), segundo a régua de medição do Porto de Manaus. Após passar todo o mês de setembro com quedas de 24 a 26 centímetros, o rio vazou 21 centímetros na sexta e no sábado (21) e 19 centímetros por dia no domingo (22), segunda-feira (23) e esta terça-feira (24), chegando a 14,30 metros, apenas 1,60m da seca histórica de 2023.

A diminuição das descidas coincide com o histórico de arrefecimento da vazante do rio Negro, que geralmente ocorre a partir da terceira semana de setembro. Em 24 de setembro de 2023, o rio Negro vazou 32 centímetros, medida que se repetiu até o dia 28 de setembro, quando caiu 30 centímetros. No dia seguinte, a vazante diminuiu seu ritmo e caiu 23 centímetros.

A seca se estendeu até o dia 26 de outubro, quando o rio atingiu a mínima histórica de 12,70m. A partir do dia seguinte, o processo de cheia recomeçou, tendo apenas um repiquete negativo na segunda semana de novembro.

O último boletim hidrológico da bacia do Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) na sexta-feira passada, aponta que o nível do rio Negro em Manaus estava 3,58 metros abaixo da mesma medição ocorrida em 20 de setembro de 2023. Os gráficos confirmam que 48% dos processos de vazante se encerram no mês de outubro.

A previsão da instituição é de que o rio Negro atinja o nível de seca extrema – 14,05 metros – até o fim do mês de setembro. Se a vazante continuar no ritmo em que se encontra, essa marca pode ser atingida antes desta sexta-feira (27), mantendo viva a possibilidade de a seca de 2024 ultrapassar o recorde de 2023 antes do previsto.

Boas notícias

Para o rio Solimões, pode haver um singelo aumento nos próximos dias. A medição do rio em Tabatinga, segundo a Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa), chegou a -2,34 nesta terça-feira, uma queda de seis centímetros em relação ao dia anterior.

Contudo, foi registrado aumento do rio na cidade de Iquitos, onde se localiza a cabeceira do Solimões. O nível das águas aumentou cinco centímetros desde segunda-feira após um fim de semana de fortes chuvas na região, chegando a provocar destelhamento de casas em Tabatinga. A previsão do tempo indica que volta a chover em Iquitos a partir de sexta-feira, seguindo até a próxima terça-feira, 1º de outubro.

Na cidade de Puerto Inírida, capital do departamento colombiano de Guainía, a previsão é de chuvas com trovoadas a partir desta quarta-feira (25), seguindo com nível de chuvas relativamente baixos até 7 de outubro. O município é o mais próximo da Reserva Natural de Puinawai, onde nasce o rio Guiainía, que vem a se tornar o rio Negro ao chegar na Venezuela e no Brasil.

Falta de água

A interrupção do fornecimento de energia também paralisou o abastecimento de água em Benjamin Constant. Em comunicado, a agência local da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) informou que o fornecimento foi interrompido por falta de eletricidade "na área onde se localiza a Estação de Tratamento de Água e o Centro de Reservação e Distribuição, inviabilizando as operações de bombeamento, tratamento e distribuição durante todo o dia".

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