Pesquisa recente liderada pelo IEEE e aplicada na cidade de Campinas (SP) explora o uso de tecnologias como a Lógica Fuzzy para modernizar o sistema de semáforos, priorizando veículos de emergência
A urbanização crescente no Brasil, acompanhada pelos desafios de mobilidade em grandes cidades como Manaus, tem levado especialistas a buscar soluções que transcendam os métodos tradicionais de gestão do trânsito. O Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), a maior organização mundial de cientistas que trabalham com tecnologias de impacto, destaca como a inovação pode ser um fator decisivo na transformação do transporte urbano.
Por trás dessa revolução, dispositivos de Internet das Coisas (IoT) e Lógica Fuzzy se tornam protagonistas. Uma pesquisa recente liderada pelo IEEE e aplicada na cidade de Campinas (SP) explora o uso dessas tecnologias para modernizar o sistema de semáforos, priorizando veículos de emergência.
O estudo se concentrou na rota para o Hospital PUC-Campinas, um trajeto marcado por treze semáforos e tráfego intenso. Para enfrentar esse desafio, foi utilizada a plataforma Dojot, uma solução brasileira que permite o controle em tempo real de dispositivos conectados. Durante a pandemia de COVID-19, o projeto mostrou sua eficiência ao reduzir o tempo de deslocamento de ambulâncias, demonstrando um impacto direto na vida das pessoas.
A Lógica Fuzzy, um diferencial do sistema, oferece um método mais sofisticado de gestão de semáforos. Em contraste com sistemas tradicionais, que operam em binário (vermelho ou verde), essa tecnologia analisa variáveis como intensidade do tráfego e urgência, ajustando automaticamente os tempos dos sinais de forma dinâmica e precisa. “Campinas foi escolhida como cenário piloto por refletir bem os desafios enfrentados por outras cidades brasileiras. Nosso sistema pode ser adaptado a diferentes contextos urbanos, tornando-se uma solução escalável”, afirma Oliveira.
Os resultados projetados pelo estudo do IEEE são impressionantes: Redução de até 30% no tempo de deslocamento de veículos de emergência, melhor uso de recursos urbanos, alinhando-se ao conceito de cidades sustentáveis e integração de tecnologias acessíveis, replicáveis em diversas regiões do Brasil.
Mais do que avanços tecnológicos, o projeto simboliza uma mudança de paradigma. Trata-se de colocar a tecnologia a serviço da sociedade, garantindo que os centros urbanos não sejam apenas locais de inovação, mas também espaços onde a qualidade de vida é priorizada, afirma o IEEE. A integração entre IoT e Lógica Fuzzy é um exemplo do potencial de transformação que cidades inteligentes podem oferecer.
“Essa métrica usa a IoT e Lógica Fuzzy e Data Science. Isso significa que não tem custo. São ferramentas open source. Então são ferramentas que, no início da pesquisa passaram por um filtro de seleção que diante do nosso ecossistema a nível Brasil, não tem muito investimento principalmente pensando em âmbito de governo. Diante desta perspectiva, trabalhamos com ferramentas open source, possibilitando a sua aplicabilidade em qualquer município brasileiro, que tenha interesse. Afinal, não é uma ferramenta que envolve custo”, afirma Gabriel.
A experiência de Campinas inaugura um capítulo promissor para o trânsito no Brasil. Além de possibilitar maior segurança e eficiência para veículos prioritários, o modelo aponta para uma gestão de trânsito mais humana e responsiva.
O IEEE é a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade. Através de suas publicações, conferências, padrões tecnológicos e atividades profissionais e educacionais altamente reconhecidas, o IEEE se estabelece como a voz confiável em diversas áreas, incluindo sistemas aeroespaciais, computadores, telecomunicações, engenharia biomédica, energia elétrica e eletrônicos de consumo. Saiba mais em https://www.ieee.org