O rio Amazonas na região de Iquitos, no Peru, nesta segunda-feira (30) marcou 75 metros e 42 centímetros e segue em subida desde a última quarta-feira (25), data em que atingiu 75 metros e 28 centímetros. Isso significa que em cinco dias as águas subiram 14 centímetros. Na sexta-feira (27) e no sábado (28) houve uma estabilização em 75 metros e 42 centímetro. Os dados são da Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa).
Mesmo com essa subida do rio ocorrida em Iquitos, não significa o inicio do fim da vazante.
“As elevações registradas no Peru indicam uma fase de estabilidade, onde as estimativas de chuva para as próximas semanas ainda estão em pequena ordem, assim essas subidas ainda não podem ser consideradas indicadores de final de vazante para a região”, avaliou Jussara Cury, pesquisadora em geociência da Companhia de Recursos Minerais - Serviço Geológico do Brasil (CPRM - SGB).
A subida do rio Amazonas no Peru não afeta as cotas do rio Negro em Manaus que, segundo o CPRM-SGB, tem registrado descidas menores.
“No momento na ordem de 17 cm diários e considerando que a região a montante, que contribui para essa parte da bacia, ainda apresentam descidas e as estimativas de chuva para a região estão em pequena ordem, há um tendência de continuar o processo de recessão nesta região nas próximas semanas”, esclareceu Cury.
A tendência para os próximos dias apontam que as descidas das águas devem diminuir.
“A intensidade das descidas na região de Manaus tende a diminuir nas próximas semanas, uma vez que no alto Rio Negro as descidas estão na ordem de 5 cm diários em Barcelos e foram registradas subidas na região mais ao norte e que as variações diárias da recessão no médio Solimões também tem diminuído”, pontuou a pesquisadora.
Série histórica
É grande probabilidade da seca deste ano ultrapassar a maior já registrada na história do Amazonas, desde o início da medição em 1902: 12 metros e 70 centímetros em 2023.
“Como grande parte da bacia está afetada, no momento para a região do rio Negro em Manaus, há uma grande probabilidade de superar a mínima histórica (12,70 m) de 2023. Da mesma forma, o rio Amazonas em Itacoatiara, também manifesta grande possibilidade dos níveis ficarem mais baixos que em 2023”, ponderou Cury.
A condição de seca afeta os principais rios da região amazônica.
“Com níveis muito baixos para o período e em algumas estações mais a jusante (tudo o que está abaixo de um dado ponto de referência), em que o momento atual já representa o nível mais baixo da série histórica, a saber: rio Madeira, estação de Humaitá com 800 cm, rio Solimões, estação de Manacapuru com 300 cm, rio Purus, estação de Beruri com 354 cm”, disse a pesquisadora.
Boletim
De acordo com o Boletim Estiagem dessa segunda-feira (30) os municípios de Manacapuru, na calha do médio Solimões, e Fonte Boa, no baixo Solimões, bateram os próprios recordes de seca com, respectivamente, 3 metros e 7 metros e 32 centímetro. As duas cidades estão em nível crítico de vazante. Sobre o período de estiagem no Amazonas (AM), ainda conforme o documento, 186.921 mil famílias são afetadas em um total de 747.642 mil pessoas até o momento.
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