bem-estar da população

Pessoas mais velhas são mais ativas e satisfeitas que jovens, mostra pesquisa

Levantamento foi divulgado pelo Bradesco Seguros, que também lançou site para medir índice de longevidade

Lucas dos Santos
online@acritica.com
08/10/2024 às 13:55.
Atualizado em 08/10/2024 às 13:55

(Foto: Fabio@casadaphoto.com.br)

Uma pesquisa do grupo Bradesco Seguros, em parceria com o Instituto de Pesquisa Locomotiva e o especialista em envelhecimento Alexandre Kalache, mostra que as pessoas mais velhas têm uma vida mais ativa e satisfatória do que os jovens no país. O dado foi revelado durante o lançamento do Indicador de Longevidade Pessoal (ILP), nesta segunda-feira (7), índice que mede uma série de conceitos de bem-estar da população.

O estudo também desfaz o preconceito de 80% dos entrevistados, que atribuem aos idosos conceitos mais conservadores. Essa foi a avaliação do gerontólogo Alexandre Kalache durante a apresentação da pesquisa.

“O ILP veio para desmistificar algumas percepções. Os dados da pesquisa mostram que as pessoas mais velhas são mais ativas e exemplares que os jovens em diversos aspectos. 65% do público 50+ afirmaram estar satisfeitos com suas relações pessoais, enquanto os jovens de 18 a 29 anos, comumente associados a uma vida social ativa, mostraram que, na verdade, têm mais frustrações nessa área: 19% não estão satisfeitos com suas relações pessoais”, destacou Kalache.

A pesquisa mostra ainda que nove em cada dez pessoas dizem ter algum conhecimento sobre o conceito de longevidade, mas somente 38% sabem exatamente o seu significado. O diretor de marketing do grupo Bradesco Seguros, Alexandre Nogueira, afirmou que a empresa tem “um compromisso de longa data com a longevidade” e que sempre busca “novas formas de trazer o tema para o nosso dia a dia”.

“Pensando nisso, desenvolvemos o ILP, uma metodologia inovadora que aborda diferentes aspectos que contribuem para a longevidade”, explicou Nogueira.

Em uma escala de 0 a 100, que avalia parâmetros desde saúde física e mental até interações sociais e educação financeira, a média da população brasileira é de 64 pontos – ressaltando que há espaço para melhorias em termos de conhecimento e atitudes para uma vida mais longa. Apesar de apenas 46% avaliarem o tema como uma prioridade pessoal, oito em cada dez pessoas têm interesse em adquirir mais conhecimento sobre longevidade.

“Sabemos que ainda existe um grande caminho para o brasileiro seguir quando o assunto é longevidade e planejamento de vida, por isso o ILP se torna ainda mais relevante, ao proporcionar uma visão holística da qualidade de vida e sua manutenção com o passar da idade”, completou a superintendente de Comunicação do grupo Bradesco Seguros, Regina Macedo

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(Foto: Divulgação)

Informação

O diretor do Instituto Locomotiva, João Paulo Cunha, destacou a complexidade no desenvolvimento do indicador, principalmente pela dificuldade de mensurar os impactos na longevidade dos cidadãos. Ele ressaltou ainda que o ILP não deve ser apenas um número a ser divulgado, mas também deve produzir dados sobre a população e ser uma ferramenta de informação para os usuários.

“E mais do que informação, ele tem o objetivo de produzir sensibilização sobre esse assunto. Tenho certeza que vocês, quando estavam preenchendo -

eu preenchi aqui de novo - 

certamente pararam para pensar em algumas questões que não costumam refletir cotidianamente, sobre o quanto elas impactam a longevidade de vocês”, disse Cunha.

Ele explicou que a pesquisa ouviu 1.058 pessoas de todas as regiões brasileiras, de diferentes classes econômicas e recortes raciais. A amostra, segundo ele, “reflete a diversidade da população brasileira para que possamos produzir comparativos sobre como estamos em relação ao conjunto da sociedade na qual vivemos”.

“É importante que a gente saiba, no conjunto da sociedade brasileira, qual é a tamanho das diferenças, e por que não dizer das desigualdades, que afetam não só o presente, como estamos acostumados a falar, mas que também impactam as oportunidades de alcançar a longevidade com qualidade daqui a 10, 20, 30, 40 anos. E o que esse indicador e essa pesquisa nos trazem é justamente um reflexo desse impacto”, apontou.

(Foto: Fabio@casadaphoto.com.br)

Impactos

O conceito que mais impacta a longevidade dos brasileiros, segundo a pesquisa, é o eixo das finanças. Os dados mostram que apenas quatro em cada dez entrevistados possuem reserva financeira para a aposentadoria, embora 49% considerem que a questão financeira contribui para a longevidade.

Ganhando cada vez mais espaço nos debates, a saúde mental também foi um pilar com baixo desempenho. Apesar de 61% das pessoas considerarem que suas ações voltadas à saúde mental contribuem significativamente para a longevidade, apenas 29% afirmam ter muitas oportunidades para realizar atividades de lazer.

O brasileiro demonstra preocupação com os cuidados com a saúde, geralmente associados à longevidade, mas alguns recortes se destacam negativamente: 52% dos brasileiros entre 18 e 29 anos buscam atendimento médico apenas quando estão com problemas graves de saúde; menos de um terço da população consome três ou mais porções de frutas, legumes ou verduras por dia; e, nas classes D e E, 10% não costumam consumir esses alimentos.

“Mais do que uma pesquisa, o ILP é um legado para a população, colocando a longevidade em pauta com mais profundidade e cuidado”, finaliza Regina Macedo.

A reportagem viajou para São Paulo a convite do grupo Bradesco Seguros para participar do lançamento da pesquisa e do Fórum da Longevidade 2024, que ocorre nesta terça-feira (8), no Teatro Bradesco.

Quem desejar fazer a pesquisa do ILP deve acessar o site: www.bradescoseguros.com.br/clientes/vivaalongevidade/indicador-de-longevidade-pessoal.

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