SEM ASSISTÊNCIA

"Não recebemos ajuda", afirma proprietária de flutuante após desbarrancamento em Manacapuru

Segundo moradora, apesar do anúncio de que famílias seriam auxiliadas pela Defesa Civil, maioria dos flutuantes e embarracações escaparam do desbarrancamento, tiveram que ser retirados por custo próprio

Natasha Pinto
online@acritica.com
08/10/2024 às 20:06.
Atualizado em 08/10/2024 às 21:08

Marinelza Magalhães, autonoma (Foto: Junio Matos)

"Nós fomos prejudicados e até o momento, não recebemos ajuda das autoridades. Ninguém veio aqui ver a situação que estamos", disse a autônoma Marinelza Magalhães, mostrando as mercadorias que ela vende sendo perdidos pela falta de energia em seu flutuante, que foi retirado do local por orientação da Defesa Civil, após o desbarrancamento de terra que deixou uma criança de seis anos e um homem de 37 anos desaparecidos nessa segunda-feira (7), no Porto da Terra Preta, em Manacapuru, região metropolitana de Manaus.

Ainda conforme o relato da moradora do flutuante, apesar do anúncio de que as famílias iriam ser auxiliadas pela Defesa Civil, a maioria dos flutuantes e embarracações que conseguiram escapar do desbarrancamento, tiveram que ser retirados por custo próprio, sem nenhum tipo de auxílio.

"A Defesa Civil não foi com a gente, quem foi foram o Corpo de Bombeiros que foram bastante ríspidos com a gente, que estávamos atordoados com a situação. Falaram que não podíamos estar ali, sendo que tudo, nossos pertences, nossa vida, estavam nos flutuantes e embarcações. Tiramos hoje na marra nossas casas para cá (banco de areia que se formou devido a estiagem) e sem ajuda nenhuma", explicou a moradora.

Para piorar ainda mais a situação, os din-dins e poupas de frutas congeladas que dona Marinelza utiliza usa para vender em sua mercearia e tirar o seu sustento está se estragando dentro de freezers, que no local que o flutuante foi, não há energia elétrica e água potável, para fazer o básico, ela está utilizando dos garrafões de água que venderia no Porto.

"Estou lhe mostrando que fui e muito afetada por esse desbarrancamento. Praticamento perdi minha forma de conseguir alimento. Meus produtos estão estragando por não ter energia aqui, mas mandaram a gente vir para cá. Para ter energia hoje a noite, vou ter que pagar 18 litros de diesel para meu primo que atracou o barco dele aqui e foi o que nos salvou de não termos sido vítimas dessa tragédia. A água tô usando dos garrafões que geralmente vendo. Nunca imaginei viver isso", disse bastante emocionada, pedindo apenas por um apoio da prefeitura.

Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (8), o prefeito de Manacapuru chegou a firmar que somente uma família está sendo assistida pelo órgão municipal da Defesa Civil, apesar de que pela manhã, o Coronel Clóvis Araújo, secretário executivo da Defesa Civil do Estado, disse que em uma ação conjunta, orientaram as famílias dos flutuantes a saírem do local por conta de risco eminente de novos deslizamentos.

Flutuantes foram deslocados para o outro lado do rio, após desbarrancamento (Foto: Junio Matos)

A Crítica solicitou uma nota da Prefeitura de Manacapuru se nesta quarta-feira, uma equipe de Defesa Civil do município irá realizar uma visita a estas famílias que foram transferidas para a outra margem do Rio Negro.

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