Moradia

Moradores do Residencial Viver Melhor podem solicitar reformas por meio de cadastro online

Iniciativa, fruto de acordo entre as Defensorias Públicas do Amazonas e da União e construtora, visa melhorar as condições habitacionais de quase 60 mil residentes e solucionar problemas estruturais nos apartamentos

Lucas Motta
06/02/2025 às 20:57.
Atualizado em 06/02/2025 às 21:19

Carlos Almeida, defensor público do Amazonas (ao centro) (Foto: Daniel Brandão/AC)

O cadastramento para reformas nos apartamentos do Residencial Viver Melhor - Etapas I e II foi liberado nesta quinta-feira (06), através da internet. As obras, previstas para iniciar ainda este ano, são fruto de um acordo entre a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), Defensoria Pública da União (DPU) e Direcional Engenharia.

A solicitação está disponível através do site www.vivermelhormanaus.com.br e pode ser feita por qualquer morador, sendo ou não proprietário original do imóvel. É preciso informar nome completo e numeração do  apartamento. As obras são direcionadas para reparos nos banheiros (como troca do registro de chuveiro, revestimento de gesso, novo shaft, troca de cerâmicas e pintura) e de fissuras nas fachadas dos blocos; a regularização dos contratos feitos com a Caixa também faz parte.

A porta-voz da Direcional Engenharia, Laura Ribeiro Henrique, informou que o prazo inicial para o cadastramento é de 60, dias, mas que pode ser prorrogado. Todas as 8.996 unidades de apartamento podem ser reformadas, mediante exclusivamente da solicitação no site. A construtora também disponibiliza o contato 4020-3686 para esclarecer dúvidas e vai montar um estande no residencial localizado na zona norte de Manaus ainda este mês, como mesmo fim.

Laura Ribeiro Henrique, porta-voz da Direcional Engenharia (Foto: Daniel Brandão/AC)

O cronograma original prevê que tudo seja executado dentro de 30 meses, sendo os primeiros três meses para o preparo tanto dos moradores, através dos cadastros, quanto da própria empresa para determinar o número de solicitações, qual planejamento que deverá ser feito e executado e, por sim, o valor total do orçamento destinado para os reparos.

“A gente precisa que essas famílias manifestem interesse na execução dos reparos; uma vez que a gente tem esse mapa de interesse conseguimos dar informações mais precisas com relação ao cronograma e datas de execução de cada um dos trabalhos”, disse Laura.

Uma das moradoras do residencial e também presidente da Associação de Comerciantes do local, Daniélita Rodrigues, disse que as reformas vão acabar com uma das maiores dores de cabeça que as famílias têm dentro dos apartamentos, além de representar também o fim de gastos para tentar, por conta própria, corrigir as falhas estruturais.

“Nós temos um problema muito grande na questão dos banheiros, o problema maior é a infiltração que expande para outros apartamentos. Dentro do meu, se criou uma cratera depois de um tempo e eu tive que tentar reformar pra poder viver com meus filhos”

Daniélita Rodrigues, presidente da Associação Comercial do Viver Melhor (Foto: Daniel Brandão/AC)

Acordo e ação coletiva

As obras são fruto de acordo parcial da DPE-AM e a Direcional, iniciado em 2023, mas só foi homologado no fim do ano passado. Ele representa o primeiro passo rumo à solução depois de uma longa caminhada de tentativas e até mesmo judiciais, como é Ação Civil Pública n.º 0002426-27.2017.4.01.3200 perante a Justiça Federal, movida contra a União, o Estado do Amazonas, a Caixa Econômica Federal e a Superintendência de Habitação do Estado do Amazonas (SUHAB).

A Direcional, embora não tenha sido ré no procedimento, se mostrou muito aberta às negociações de acordo para encontrar uma solução que pudesse ajudar os quase 60 mil moradores que vivem no residencial, segundo a própria DPE - AM. Mesmo assim a Ação Pública foi mantida contra as demais instituições para resolver pendências como a implementação de melhorias urbanísticas por meio de serviços essenciais, incluindo abastecimento de água, esgoto, coleta de resíduos, transporte público, escolas, postos de saúde e segurança.

“Ainda restam problemas que precisam da atenção de outros autores; o Viver Melhor, de acordo com os próprios moradores, se tornou uma verdadeira “Cidade de Deus” [em alusão ao filme] onde eles se encontram abandonados na Zona Norte de Manaus, assolados pela criminalidade e ausência de políticas públicas” disse o Defensor Público do Amazonas, Carlos Almeida.
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